6 de novembro de 2022

Recados com Amor...

Meus queridos! A Diocese de Angra “e Ilhas dos Açores”, como alguns teimosamente continuam a chamar, fez 488 anos no passado dia 3 de Novembro, embora a data seja comemorada neste Domingo, dia 6, que é chamado de “Dia Diocesano”. O estado de espírito com que a Diocese iria celebrar o aniversário do 488 ano de existência levou o meu querido cónego Hélder Mendes, o açoriano mais episcopável de entre outros, a dizer que esta era uma situação “estranha e amarga”… porque continuava-se à espera da nomeação do 40º bispo de Angra, depois da saída de D. João Lavrador, a 21 de Setembro de 2021… O cónego Hélder Mendes prosseguia o seu lamento alegando tratar-se de uma situação estranha e amarga por causa da ausência de um Bispo diocesano, cuja nomeação era aguardada e pela qual insistentemente “rezamos”. O Administrador Diocesano, na mensagem enviada a toda a Diocese, e divulgada pelo Sítio Igreja Açores…dizia que apesar do vazio existente na Diocese, a verdade é que historicamente, já houve períodos mais longos de sede vacante, mas é preciso ter em conta que o contexto actual é de grande dificuldade para a Igreja, assinalado pelo abuso de menores, por falta de vocações, pelo eclipse dos movimentos o que leva à crescente secularização da sociedade e perda do poder da Igreja…. Não sou mulher de me meter nesses meandros, mas penso, como muita gente, que “estranho e amargo” é a Igreja continuar a escolher bispos com secretismos e critérios que há muito deveriam ter acabado. Anda o Vaticano e todas as dioceses a apregoar sínodo e caminhos sinodais por todos os poros, quando esquece que “caminhar juntos” deveria começar por “ouvir juntos” quem deveria ser o responsável máximo pela caminhada… Assim, até parece que ninguém queria servir uma Diocese como a açoriana, ou que eram tantos os candidatos… que escolher um poderia abrir feridas por outros lados… Como me disse a minha prima Jardelina, o que estavam a fazer com toda essa demora, quando o tempo digital em que vivemos torna as comunicações mais fáceis e rápidas…. é que os crentes começassem a pensar que afinal… mais bispo menos bispo a coisa havia de andar…. Mas não é assim, porque sabe-se que a indiferença mina mais que qualquer outra coisa… Mas, meus queridos! Antes de ir levar os meus recadinhos ao Director do Jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, fui apanhada pela notícia que dava conta que haviam já encontrado um bispo algures no Porto… para vir preencher o vazio na Diocese dos Açores… Porém, fiquei de pé atrás com a declaração feita pelo novo Bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, quando disse que logo que soube da sua nomeação para Bispo dos Açores que não podia “evitar um certo ‘aperto’” por se afastar “de pessoas concretas, fantásticas, dedicadas à missão” na Diocese do Porto, onde foi auxiliar nos últimos anos, e só depois é que se dirigiu ao povo Açoreano dizendo que a sua caminhada na Diocese será feita com todos, apelando a que cada um se sinta desafiado a dar melhor o melhor de si mesmo … e ajudar a tirar o melhor do outro com quem se caminha... Que D. Domingues venha por bem e seja o “furacão” que a Igreja dos Açores bem precisa…

Ricos! Que bernarda vai aí por via da Comissão Parlamentar das Agendas Mobilizadoras que acabou sem relatório e agora todos se atiram uns contra os outros numa barafunda que só confunde as pessoas que cada vez mais acham que esta forma de fazer política é o caminho certo para que cada vez menos as pessoas pensem em ir votar ou em ouvir os políticos. Enquanto milhares de pessoas estão a ver a vida a andar para trás, sem ter o que comer e com o pilim a mirrar, ter que levar com essas guerras de política palaciana é mesmo de fugir… Até parece que escolhem as alturas próprias para desviar a atenção dos verdadeiros problemas. E em matéria de Comissões estamos todos conversados, porque já lá vai a famosa CEVERA que acabou sem Relatório, porque ninguém se entendeu e atiraram a reforma da Autonomia para calendas gregas. Agora, enquanto andam na batalha política, muitos empresários andam com o coração nas mãos sem saber o dia de amanhã, e sem que cheguem os apoios repetidamente prometidos… Apetece perguntar em que mundos vivem alguns políticos… mas não vale a pena, porque, se calhar, a gente até sabe…


Ricos: A minha sobrinha-neta foi convidada por uma amiga da vila de Rabo de Peixe para assistir à terceira gala de desporto daquela, que ocorreu na passada Sexta-feira, num espectáculo que ela considera bem conseguido, o qual reuniu atletas, dirigentes e familiares, e teve como orador do evento desportivo o meu querido antigo professor de Educação Física Manuel Ledo, que falou sobre a necessidade dos pais deixarem os filhos brincarem sadiamente, fazendo desporto, que é sinónimo de saúde, e boa preparação para a vida. A gala promovida pela Junta de Freguesia e apresentada elegantemente por Maria Pereira, pretendeu galardoar uma plêiade de desportistas e dirigentes, desde pilotos de ralis, árbitros, karatecas, atletas de voleibol, andebol, futebol, patinagem e actividades marítimas, que se distinguiram nas diversas modalidades e mostraram bem que Rabo de Peixe é uma terra com um potencial desportivo que importa dar atenção. Não é para menos, são cerca de 40 associações que ali exercem actividade desportiva, numa localidade que tem o maior índice de prática desportiva dos Açores e é também a povoação mais jovem da Região e do país. Subiu ao palco para dar um testemunho de vida o jovem campeão nacional de culturismo Rafael Cabral, cujo depoimento do seu difícil percurso de vida calou a assistência…. Foi uma noite muito bonita e exemplo para outros encontros e homenagens para quebrar o distanciamento entre pessoas alimentado pela uso excessivo da net, ajudado depois pela pandemia… A minha sobrinha-neta, que gostou muito do evento, manda, por meu intermédio, um ternurento beijinho ao Presidente da Junta Jaime Vieira, que se emocionou na ocasião…. ao ver a filha Margarida cantar, acompanhada na clavinova pelo jovem Rodrigo Pereira.

Meus queridos! Muito gostei de ver no jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio a reportagem sobre os 48 anos de vida comercial do meu querido Carlos Sá, da Londrina, que eu sei ser um leitor atento desde há muitos anos dos meus recadinhos. Para ele e sua equipa, o meu ternurento beijinho, bem merecido, porque embora sendo a Londrina um espaço de moda masculina, não deixa de ser um espaço de acolhimento a muitas senhoras que lá vão escolher as roupas para maridos e filhos mais avessos às compras… Carlos Sá, com o seu feitio alegre e irreverente e com a sua ideia de trabalho e inovação, tornou-se, nestes quase 50 anos, num símbolo de resistência e adaptação, sabendo aliar a tradição do espaço aos novos meios de fazer comércio. Não é fácil, mas vai vencendo mais quem trabalha sorrindo do que quem só lamenta e se queixa…


Ricos! A minha sobrinha-neta que gosta de andar pelas redes sociais, que foi coisa a que ainda não me habituei, disse-me que do sítio do costume choveram críticas sobre o novo figurino da apresentação do telejornal da RTP/Açores, porque São Miguel aparece maior que o seu tamanho real e que há um pontinho vermelho na cidade de Ponta Delgada que cheira a centralismo regional. Nunca tive receio de dizer o que achava mal e por isso mesmo, igualmente, não tenho medo de dizer o que acho bem… E este grafismo do telejornal até é bem bonito e arejado. E para os que dizem que São Miguel está maior do que deveria ser, apenas se recomenda uma aula de educação visual que no meu tempo se chamava de “desenho geométrico”, em contraponto com o “desenho à vista”, para saber que numa imagem em perspectiva é assim mesmo: o primeiro plano aparece maior… E quanto ao pontinho vermelho, se o telejornal é emitido de Ponta Delgada, o que é que queriam? Até se sugere o pontinho vermelho noutros locais, quando daí for apresentado o telejornal… Se é por causa de um pontinho vermelho… guardem-no como um relicário ao pescoço!


Meus queridos! Agora que estamos em tempo de discussão do Orçamento e Plano para o ano que vem e em que todos e em todo o lado procuram ver incluídas as suas necessidades e interesses, pede-me a minha prima Angelina para eu mandar um recadinho ao meu querido Vice Artur Lima para olhar com olhos de ver a portaria que regulamenta os benefícios na compra de medicamentos dos reformados pobres e que se chama COMPAMID. Lá diz que o desconto nos medicamentos é para pensionistas com rendimentos até determinado valor… Ou seja, só os pensionistas com mais de 65 anos têm direito, o que se torna injusto para quem, por nunca ter trabalhado fora de casa e descontado, e por ter marido pensionista, não tem direito ao COMPAMID. Bastava que na portaria, fosse alterado de “pensionista” para “idosos”, mantenho todas as outras condições… Para quem diz que não quer deixar ninguém atrás, fica a sugestão para se corrigir esta injusta discriminação…

Ricos! Há poucos dias e à entrada para a bela exposição camoniana que está na Biblioteca Pública de Ponta Delgada até finais de Março do ano que vem, algumas pessoas discutiam o motivo de ainda não ter sido dado um nome à Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, quando as suas congéneres de Angra e Horta já foram baptizadas com os nomes de Luís da Silva Ribeiro e João José da Graça, ambas as figuras com grande peso histórico e cultural nos Açores, com relevância nas ilhas Terceira e Faial, respectivamente. Desde há muito que se fala em nomes que poderiam ser homenageados como patronos da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, a começar em Antero de Quental e a terminar no nome mais carismático daquele espaço no século XX, o Professor José de Almeida Pavão. Mas como dar nome a uma biblioteca não é igual a dar nome a um avião ou a um barco (com todo o respeito por estes)… o melhor é deixar assim… Até já está no ouvido!

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Autor: CA

Categorias: Maria Corisca

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