A nossa entrevistada é uma profissional da freguesia da Relva. A profissão (costureira) faz parte das memórias de criança de todos nós. Quando havia uma celebração especial, como um baptizado, por exemplo, era uma das profissões que se recorria quando era preciso arranjar uma roupa nova.
A nossa entrevistada faz da costura a sua arte. “Aqui só faço arranjos, tanto para homem como para senhora, criança ou adulto. Faço bainhas à mão ou com máquina, apertos, arranjo de casacos, camiseiros, calças, saias ou vestidos”, começou por esclarecer à nossa reportagem.
A funcionar no piso 0, loja 002, desde o dia 12 de Outubro, Maria Soares valida que “o negócio tem decorrido bem. De início, não julgava que fosse um mês bom, mas foi e superou as minhas expectativas iniciais”.
Aprendeu a ser costureira
com 13 anos
Maria Soares aprendeu a profissão na Grota, que pertence à Covoada, quando tinha 13 anos de idade. “A Grota era a casa de uma senhora que trabalhava em casa. Devo muito a essa senhora, Ana Sousa. Tudo o que sei, aprendi com ela. Comecei por aprender cortar uma peça de tecido e fazer por medida peças de roupa”, precisou.
Estando mais do que habilitada para fazer arranjos, começou a trabalhar no Armazém dos Panos, sendo este o seu primeiro emprego. Posteriormente, foi para a Galeria de Modelos, antes ter colaborado com uma outra empresa no Parque Atlântico.
Entretanto, e tendo sido ‘convidada’ a ir para o desemprego, não desesperou, bem antes pelo contrário, não virou a cara à luta. “Tudo aconteceu em Setembro, e apesar de me ter questionado: “Tenho 55 anos, o que é que vou fazer agora!? Decidi abrir o meu próprio negócio, mas confesso que tive a preciosa ajuda do meu marido, da minha filha e do meu genro, que me deram força e aqui estou eu a trabalhar, um dia de cada vez”.
E para que se note, Maria Soares não teve qualquer tipo de apoio, foi só chegar ali, saber as condições, alugar o espaço e trabalhar”. Tratar de tudo, demorou 12 dias.
Um exemplo de resiliência
Tendo iniciado a funcionar no dia 12 de Outubro, ou seja, quase a meio do mês, Maria Soares trabalhou focada nos seus objectivos e convicções, de tal forma que o volume de serviço que teve, deu para pagar a renda e o ordenado”.
Perante tudo isto, Maria Soares releva as expectativas que tem. “O futuro a Deus pertence, mas temos de encarar o amanhã, vivendo um dia de cada vez”.
Com uma boa carteira de clientes, “o negócio tem compensado a aposta”, mas o objectivo passa “por ter mais clientes”.
Quando conversávamos, Maria Soares substituía uma fita de velcro de uma farda militar, porque a anterior já estava gasta.
Mas, fica uma dica, se tiver umas calças que necessite de fazer as bainhas ou um vestido que já não lhe sirva e necessita de um aperto, a Oficina de Costura Luísa Soares trata disso, no horário de expediente, porque o pouco tempo que lhe resta, é para as lides da casa e estar com a família.
Com o horário de funcionamento, de segunda-feira à sexta-feira, das 10h00 às 19h00, ao sábado, das 10h00 às 13h00, a Oficina de Costura Luísa Soares encerra ao domingo para descanso.
Maria Soares montou a Oficina de Costura Luísa Soares com todo o material que tinha, porque chegava a fazer costura em casa para a família.
Com tantos anos de experiência, faz tudo num abrir e fechar de olhos, porque tem prática de costurar e “a prática leva à perfeição”.