Catarina Cymbron – Delegada da APAVT nos Açores

Mais de 600 participantes no Congresso da APAVT vão reflectir em Ponta Delgada sobre o futuro do Turismo em Portugal e nos Açores

 Correio dos Açores - Qual a importância de um congresso desta natureza para os Açores?
Catarina Cymbron (Delegada regional dos Açores da APAVT - Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo) - É muito importante dar a conhecer a potencialidade dos Açores como destino turístico. A maioria dos participantes são operadores turísticos e agentes de viagens e, mesmo que muitos já conheçam os Açores, é sempre bom rever e relembrar. Além disso, o congresso realiza-se numa altura que é considerada época baixa, pelo que qualquer evento desta natureza é bem-vindo, na medida em que dinamiza o destino numa época com menor afluência de turismo.

Portanto, um dos propósitos de o Congresso da APAVT se realizar nesta altura é combater a sazonalidade?
O congresso da APAVT realiza-se sempre no final do ano, oscilando entre o final do mês de Novembro e o início de Dezembro. Sendo nos Açores ou em qualquer outra parte do país, esta altura de finais de Novembro e início de Dezembro, é uma altura baixa, pelo que está presente este intuito de combater a sazonalidade.

Além de o congresso dar a oportunidade aos participantes de se encontrarem e discutirem assuntos de elevado interesse para o turismo, possibilita o surgimento de novos negócios e parcerias…
Em qualquer reunião, seminário, congresso ou evento, além dos painéis, uma componente muito importante assenta nos contactos que a pessoa pode fazer. Conhecer pessoas novas, ou rever outras, estar em contacto com novas empresas, estabelecer parcerias, é uma parte muito relevante, pois poderão surgir novos negócios e/ou reforçar outros já estabelecidos. Essa parte social faz parte de qualquer evento desta natureza e julgo que pode ser extremamente positiva.

Quais serão os temas abordados?
“Fazer!” é o tema do Congresso da APAVT este ano, pelo que há vários temas a abordar. O congresso terá um painel sobre os Açores e, relativamente a Portugal, vai-se debater o que queremos para o turismo no futuro. Encontramo-nos num período pós-pandemia, pelo que importa reflectir sobre o que Portugal e os Açores vão querer como estratégia turística no futuro. Temos vários painéis, mas, no fundo, o recomeçar após uma pandemia e perceber o que se quer fazer, constitui o ponto central deste congresso.  Os temas são relevantes na parte macro e, depois, micro.
Importa referir que este congresso trará à Região muita gente conhecida do público, nomeadamente José Milhazes, Pedro Abrunhosa, Pedro Siza Vieira, Nadim Habim, entre outros.

O Congresso da APAVT já conta com mais de 600 inscrições e anunciou-se o encerramento das mesmas a 23 dias da realização do evento, alegando voos esgotados e dificuldades de acolhimento. Quer explicar?
Creio que as inscrições foram encerradas porque há uma série de aspectos a ter em conta na envolvência de um congresso, designadamente alojamento, voos, refeições, giveaways, entre outros. Por isso, tem que haver um limite de inscrições e é necessário saber, atempadamente, o número de participantes. Estando muito próximo da data de realização do evento, não se pode ter inscrições à última da hora. As coisas são organizadas previamente e há que haver um fecho a uma determinada altura.

Os voos para estas datas estão esgotados?
Os voos que foram propostos pela companhia aérea, e que foram reservados, devem estar esgotados, assim como os hotéis. Como referi, não existe apenas a questão dos voos, mas sim toda a organização que gira em torno de um congresso. Não se pode aceitar inscrições indefinidamente, pelo que, a partir de uma certa altura, tem de se encerrar para se conseguir saber com o que se conta.

Pode-se concluir que o Congresso da APAVT vai encher São Miguel?
Este congresso é muito importante e está acima das expectativas, em termos de participação, e estamos muito contentes com isso. Considero que isto é um excelente sinal.

Quais são as expectativas para o próximo Verão?
É muito difícil fazer prognósticos. Já vimos que fazer prognósticos, por vezes, dá para o torto. Actualmente, temos a guerra na Ucrânia, a crise energética, o aumento de preços em tantos bens e serviços, enfim, há uma data de factores a considerar, pelo que não podemos prever como o mercado se vai comportar. Penso que será uma época boa, contudo vamos esperar para ver. Na minha opinião, não adianta fazer prognósticos, visto que podemos pensar uma coisa e verificar-se outra completamente diferente. Apesar de não estarmos à espera, o Verão passado foi muito bom e surpreendeu pela positiva.

Abrunhosa e Pedro Siza Vieira
vão estar no Congresso

 O programa da 47ª edição do Congresso da APAVT contempla uma conversa entre o músico Pedro Abrunhosa e o jornalista José Milhazes, no dia 8 de Dezembro, sobre “a guerra, a política e o mundo”.
A primeira sessão do evento, que conta com a participação do advogado e ex-Ministro, Pedro Siza Vieira, com o deputado da Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, e com o economista Nadim Habim, incide sobre o desafio do crescimento económico do país.
Além disso, o programa inclui o debate dos “Grandes Desafios do Turismo Português”, moderado por Carlos Baptista, da Bestravel, com a participação de Margarida Almeida, da Amazing Evolution, Eduardo Caetano, da Portimar e Filipe Silva, do Turismo de Portugal.
Outro tema em realce, dedicado ao “Incoming: Diversificação do Produto, Novos Mercados, Mais Território”, conta com a participação de Catarina Valença, da Spira, Álvaro Covões, da Everything is New e Ribau Esteves, da Câmara Municipal de Aveiro, tendo como moderadora Isabel Martins, da PTeam Agaxtur.
O programa inclui, ainda, “Dez minutos com…” o Secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, o Presidente da SATA, Luís Rodrigues, Álvaro Covões, da Everything is New e a DECO.

Carlota Pimentel

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Autor: CA

Categorias: Regional

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