Meus Queridos! A minha prima Maria da Praia telefonou-me muito preocupada, porque soube pela comunicação social que chegou a Belém uma carta com uma bala ameaçando o querido Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa… e mais tarde foi dito que o remetente da missiva também pedia um resgate num valor que não foi divulgado… Maria da Praia lembrou-se que a futura rainha da Holanda Amalia, de 18 anos, que frequentava a Universidade de Amesterdão e se preparava para ir viver numa residência estudantil, passou a viver enclausurada no palácio, devido a escutas dos grupos de crime organizado que, segundo a imprensa inglesa, todas iam no sentido do rapto da princesa, ameaças que podiam ter vindo da Mocro Maffia, “uma divisão da máfia marroquina que encontrou um lugar na Holanda e acredita-se que controla cerca de um terço de todo o tráfico de cocaína na Europa”…. O meu querido Presidente Marcelo, no seu habitual comentário relativizou a ameaça que já está a ser investigada pela Judiciária e que, segundo a minha prima Maria da Praia, merece cuidado, porque em Portugal vive-se o estado do “social porreirismo” e vendendo que somos sempre os melhores em tudo… predicados que além do Governo, o Presidente da República usa e conserva… mas esquecendo que em Portugal há um trânsito enorme e permanente de pessoas que aproveitam a abertura de fronteiras para assentarem praça em sol luso, e fazerem os negócios mais escuros e repugnantes que existem… entre os quais o rapto de pessoas, o mercado de venda de órgãos e de droga… e delapidação do património alheio… O facilitismo está na moda, impulsionado pelas redes sociais e pela internet, mas é coisa que se paga caro e é de difícil controlo, porque o que é bom é andar na onda, mostrando o que se faz a qualquer hora do dia e mostrando o que têm e o que não têm... E depois não se queixem, meus queridos!
Ricos! Estamos a um mês e cinco dias do Natal e um destes dias ouvi um responsável da polícia de trânsito nos Açores anunciar que a polícia ia lançar uma campanha nesta quadra natalícia para controlar fiscalizar a velocidade do trânsito e alertando os condutores para as multas que vão chover por causa do excesso de velocidade. A minha prima Maria do Amparo telefonou-me dizendo que isso era coisa que já se esperava, porque a multa é muito importante neste período de Natal para acrescentar uns euritos aos magros vencimentos das polícias, mas ela foi dizendo que não vale a pena a polícia fazer fiscalização entre a estrada que liga a minha cidade norte até à Rotunda do Peixe Assado, porque aquele trajecto está tornado num “Calvário”, não só por causa da quantidade de trânsito que a toda a hora ali circula, mas sobretudo pelo quantidade de viaturas pesadas que limitam a velocidade dos demais entre quarenta e sessenta quilómetros/hora… criando filas enormes e atrapalhando quem tem de levar os filhos às escola e chegar a tempo ao trabalho e/ou ao hospital… E Maria do Amparo diz que não percebe a indiferença do Governo Regional, através da titular da Mobilidade, para criar regras para a circulação e fazer com que parte do tráfego pesado passe a ser encaminhado para a via rápida que passa pela Lagoa… A vida está difícil mas fica mais difícil com a falta de decisões políticas.
Meus queridos! Na passada semana quando vim, ao fim do dia, no meu velho popó, entregar os meus recadinhos ao simpatiquérrimo Director do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, deparei-me com a baixa da cidade de Ponta Delgada toda iluminada para o Natal e já com verdadeiro ar de festa natalina, como se diz agora abrasileiradamente. E no ar havia cheiro a castanhas assadas e em alguns restaurantes grupos de amigos e amigas celebravam o São Martinho… E lá me fui ficando com a sensação de não entender como é que em cada ano vão antecipando as iluminações de Natal que qualquer dia começam ainda antes de Santos e defuntos… E ao passar pela freguesia de São Pedro, ainda toda ao escuro, olhei para o alto da Mãe de Deus e reparei que vai passar mais um ano e o lugar mais emblemático da cidade, que se vê de vários sítios e donde melhor também se vê a cidade, lá vai ficar na escuridão, sem nada que lembre o Natal… Sei que o assunto já tem sido muito discutido, mas de ano para ano lá vai sendo esquecido. E não custava nada decorar o largo com umas gambiarras e séries de lâmpadas… Mas é uma teimosia que nem a minha prima da Rua do Poço entende… Ela já prometeu criar um movimento juntando moradores da redondeza para se cotizarem e por moto próprio cuidarem da ornamentação do Alto da Mãe de Deus, já que o município contínua surdo e mudo quanto à ornamentação daquela zona… que está para Ponta Delgada como o Alto da Memória, ou Outeiro da Memória, localizado no cimo do Jardim Duque da Terceira… e que é tratado como um monumento, está para Angra.
Ricos! O que tem dado esta semana na política cá das ilhas é a posição dos médicos contra o Vice, por via das horas extraordinárias, ao ponto de o meu querido Presidente Bolieiro ter tido a necessidade de vir tentar colocar água na fervura, criando um novo compasso de espera que muita gente quer ver no que vai dar. É que isto de ser político e ter sentido de Estado não é para todos e ter tento na língua também não é por passe de mágica que se consegue. Disse-me o Director do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, que recebeu um monte de mensagens a propósito do meu recado da semana passada sobre o clima que se vive em alguns serviços do Hospital do Divino e que não pode continuar, sob pena de afectar os propósitos de gente que ali está para trabalhar e que se vê envolvida sem querer. E para aqueles que preferiam que não se falasse nos casos, nem se apresentasse opiniões divergentes, podem estar descansados, ricos, porque tudo o que nos meus recadinhos se diz ou escreve nunca é contra pessoas, nem contra grupos. É apenas contra situações que se passam e em que o pior que acontece é misturar política e em vez de resolver as coisas, lutar contra os mensageiros a ver se a mensagem não chega… Estejam descansados, porque apesar da minha idade… sou mulher antes quebrar que torcer e consciente que a minha liberdade é exercida dentro dos limites que respeite a liberdade dos outros… e não a maledicência usada pelos agiotas de serviço!
Ricos! Não posso deixar de contar uma cena que aconteceu no distrito de Viseu: Um homem que conduzia a sua viatura encontrou uma galinha na rua, e pareceu-lhe que era sua… parou então o carro, apanhou a dita cuja e levou-a para a capoeira da sogra. Momentos depois foi abordado por um vizinho, que é juiz, e lhe disse: “Dê-me a galinha que me tirou….” Nisso, entrou na capoeira, retirou uma das galinhas que lá estavam e levou-a consigo.
Até aqui não há nada para admirar, o problema é que o juiz não se deu compensado pela galinha que levou… e resolveu levar o caso a tribunal e o julgamento aconteceu há duas semanas, sendo o julgamento feito no Tribunal de Viseu e o juiz pede dois mil euros de indemnização por danos morais. O que vale uma galinha, quando o amor é mais forte do que o valor do bicho. A minha comadre Felisberta quando soube disso disse-me que é pena que não haja juízes desses por aqui perto para julgarem e impor indemnizações aos larápios que andam por aí de mochila às costas, levando as mandarinas e laranjas que vão roubando por tudo o que é sítio e depois vendendo ao preço da “uva mijona” para obterem uns trocos para matarem os vícios que têm. São sortes!
Meus queridos! A minha prima Jardelina está muito contente com a notícia que leu esta semana e que diz que os Açores vão pedir a Bruxelas para que seja autorizada a caça à rola e aos pombos-torcazes que, finalmente, alguém já viu que em alguns locais são uma verdadeira praga que destrói tudo o que nas terras é comestível. Só é pena não se lembrarem do melro-negro e dos lagartos que levam tudo à frente e não há forma de os controlar… Claro que todos gostam de respeitar a natureza, mas o que se vê agora é uma onda de extremismo protecional que vem sempre daqueles que nada têm a perder e pensam que os produtos que comem nascem de geração espontânea nos supermercados… Costuma-se dizer que a natureza por si mesmo se equilibra, mas quando alguém quebra essa cadeia do equilíbrio, depois é o que se vê…
Ricos! Recebi um telefonema da minha prima Maria dos Flamengos para me dizer o muito que tinha gostado da festa de Santa Cecília na cidade da Horta, presidida pelo meu querido cónego administrador Hélder Fonseca Mendes e que, na senda dos anos anteriores, juntou todas as bandas de música do Faial, todos os coros e grupos folclóricos e de cantares da ilha, numa manifestação linda e longa na procissão e na missa solene, com momentos verdadeiramente arrepiantes de beleza e arte. Ela só não entende por que motivo não há um esforço da RTP-Açores para transmitir em directo aquele acontecimento que é único nos Açores e de grande nível….
Meus queridos! E já que estou a falar da cidade da Horta, a minha prima contou-me que quem anda muito desiludido é o meu querido padre Marco Luciano, porque teve de fechar o Museu de Arte Sacra, na recém reinaugurada Igreja do Carmo, porque não há pessoal para o manter aberto. Julga ela saber que o funcionário que lá estava era pago pela Câmara da Horta e que o contrato não foi renovado. Terão mandado outra pessoa que não reunindo perfil para o serviço, deixou de o prestar e depois, as coisas têm andado a marcar passo. Logo numa altura em que aquele museu se estava a tornar um centro de atenções, não é por um funcionário que a casa vem abaixo e a minha prima tem a certeza que a jovem edilidade faialense não deixará créditos por mãos alheias…