27 de novembro de 2022

Recados com Amor...

Meus Queridos! Tal como se previa, o Plano e Orçamento da Região para 2023 foi aprovado pelos partidos que suportam o Governo, isto apesar dos resmungos da oposição e mesmo de alguns apoiantes da coligação governamental. A minha prima Maria da Praia, que não perde pitada nessas coisas da política, telefonou-me para trocar impressões sobre o debate que ela foi acompanhando ao longo da semana… E diz ela que teve pena que não tenha havido garra por parte dos oradores para debaterem o futuro dos Açores e o que é preciso mudar… Em vez de andarem com tricas sobre o que uns fizeram e o que outros deviam ter feito e não fizeram…. O Inverno está à porta e as coisas não estão para brincadeiras, porque o custo de vida cresce todos os dias e não vai haver dinheiro para acompanhar os preços já proibitivos para muitas famílias… Maria da Praia diz que sente o bolso a esvaziar-se todas as semanas quando vai às compras, mas não vê a Inspecção das Actividades Económicas a inspeccionar a legalidade de tais subidas…. É que a carne está pela hora da morte e falta saber quem é que tem beneficiado com tal aumento, embora os produtores de carne estejam em aparente silêncio, prova que a coisa corre bem para aquelas bandas... Mas, por outro lado, até agora não se ouviu dizer que o custo da alimentação do peixe criado no nosso mar tenha aumentado… Isto porque quem quer comer um peixinho… Para chegar a ele, só se for de aquacultura ou congelado e importado do Vietname ou da Indonésia… Por isso, não é de admirar que a corrida ao Banco Alimentar tenha aumentado, como afirmou a Presidente Luísa César, que não se sabe onde vai parar para acudir aos crescentes pedidos de apoio! ... Maria da Praia diz que, tendo presente este cenário, foi pena os deputados não terem debatido o estado em que estamos e como vamos conseguir sair desta camisa de onze varas…. Maria da Praia acrescenta que espera agora que o Presidente José Manuel Bolieiro, depois de ter anunciado o desbloqueio processual dos terrenos agrícolas de renda a partir de 1 Janeiro … que impedem os agricultores rendeiros… de aceder aos fundos comunitários abrangendo cerca de três mil agricultores dos Açores, possa depois pôr os vários membros do Governo a trabalhar para normalizar o custo de vida dos Açoreanos, envolvendo as câmaras municipais e as redes de distribuição que têm garantido o crescimento folgado dos lucros em 2022.

Ricos! O meu rico Presidente do PS Carlos César não esteve em Lisboa a participar na grande reunião do PS evocativa dos sete anos de governos socialistas liderados por António Costa, que decorreu na estação fluvial do Terreiro do Paço, mas através de uma mensagem vídeo, pediu ao Governo um mais apurado sentido de orientação, maior entusiasmo na acção e mais rigor nas condutas, advertindo que no actual quadro político as responsabilidades do Executivo socialista são “intransferíveis”. César tem razão e sabe do que fala… e a minha prima Felisberta, que foi tomar um chá da nova produção da Gorreana… disse-me que se o PS quer levar o mandato de quatro anos até ao fim tem de mudar de agulha… Porque a desorientação é grande e isso não se resolve com os especialistas de marketing que fazem por vezes dos governantes autênticos vendedores da banha da cobra… As coisas não estão para brincadeiras e não se esqueçam que quem muito aparece fica visto de mais e depois deixam de os ouvir, como está já a acontecer com o meu rico Presidente Marcelo. A política precisa muitas vezes de recato, coisa que falta a vários governantes, e Felisberta acabou dizendo que por isso mesmo os avisos de Carlos César são oportunos e assim o PS os siga!

Meus queridos! A minha prima Maria da Vila telefonou-me esta semana para me contar como tinha sido a festa da Senhora da Paz na velha capital, e que este ano o bom tempo ajudou em todos os dias, o que permitiu fazer celebrações, com excepção no último dia em que já estava agreste e chuvoso, … Maria da Vila diz que a condição atmosférica permitiu levar à ermida e ao salão anexo… muitas centenas de pessoas, com destaque para um grande número de jovens que ali fizeram uma vibrante vigília. No Domingo da Senhora da Paz, na concelebração cantada pelo coro prioral estiveram os quatro padres da Ouvidoria e quem presidiu à celebração eucarística foi o jovem padre Nélson Vieira, que fez uma brilhante homilia. Diz a minha prima que só não gostou que ele tivesse dito no início da Missa que não interessa nada a elevação a santuário porque “é apenas um papel a mais ou a menos”… Até pode ser, mas esse “papel a mais ou a menos” significa o reconhecimento público de uma manifestação de fé que já tem séculos. E o jovem vigário paroquial deixou nos presentes a ideia de que não vale a pena esta luta que já tem anos e tem sido tão defendida, mesmo pelo seu actual prior, José Borges… Como diz a minha prima que sabe bem que isto não é uma questão de fé, não havia necessidade… Nem sempre as sombras dão relevo à luz!

Ricos! E já que estou a falar da minha prima Maria da Vila, nem imaginam como ela está curiosa e à espera da Assembleia Municipal da velha capital, onde a maioria é do PSD, enquanto a Câmara do meu querido Presidente Ricardo Rodrigues não o é, para ver o que vão fazer com o Plano e Orçamento de Vila Franca para 2023… É que na reunião de Câmara da Quarta-feira que agora passou, os vereadores do PSD votaram contra e o dito cujo passou apenas com os votos do PS, apesar de Ricardo Rodrigues ter incluído no Orçamento todas as propostas feitas pelos opositores. A minha prima agora sempre quer ver como é que quem votou contra na Câmara vai votar na Assembleia do dia 13 de Dezembro… Não percebo dessas coisas de oposição, mas estou para ver se o Orçamento for chumbado pela Assembleia que é maioritária do PSD/A, como é que depois irão justificar a Câmara ter de viver com duodécimos, sem poder avançar com nenhuma obra programada… A minha prima Maria da Vila, que é uma mulher que entende dessas coisas de política, diz que os bloqueios orçamentais nem sempre compensam depois em caso de eleições, sejam elas antecipadas ou normais… Tudo está agora em cima da mesa e a minha prima, que apesar de ser entendida nas questões políticas, não tira parte por nenhum partido que tenha responsabilidades municipais… E como munícipe só espera que se entendam porque o tempo não está para brincadeiras…

Meus queridos! A minha prima da Rua do Poço está toda contente porque já começaram as obras nas defuntas galerias da Calheta e diz ela que o barulho que ali se vai fazendo todos os dias, com as máquinas a escavar as fundações, até é música para os seus ouvidos, porque já não acreditava que algum dia aquilo fosse para diante. Embora seja pouco o movimento, já é alguma coisa e ela compreende que com a crise de pessoal que há por aí, as empresas vão dividindo o mal pelas várias frentes de trabalho que têm de atacar… Mas já é alguma coisa e ela continua a pedir a todos os santos do céu que quando chegar a altura própria não se esqueçam de reperfilar e reordenar a via, ali no canto entre a Rua do Calhau, a Rua Eng José Cordeiro e a Rua do Negrão, mesmo em frente do renovado e afamado restaurante Mané Cigano, pois que aquilo ali é uma autêntica ratoeira para o trânsito e pode agora ser alargado sem custos de maior. Como diz a minha prima, depois de mais de dez anos, é uma solução que não agrada a todos, mas pelo menos andar faz caminho… Quando não se pode recuar no tempo!

Ricos! Quero deixar um ternurento beijinho ao simpatiquérrimo director do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, por me ter transmitido as mensagens que recebeu, de apoio ao meu recadinho da semana passada sobre a escuridão de Natal no alto da Mãe de Deus que há anos espera uma iluminação condigna pelas festas pois que é vista de vários pontos da cidade e é o ex libris de São Pedro. Ainda não sei se o recadinho chegou a quem de direito, mas pelo menos encontrou eco em muitas pessoas que lêem o jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio e que dizem que é tempo de olhar diferente para aquele espaço tão belo e tão desprezadinho, que até a ermida qualquer dia pode vir abaixo… E já gora também é preciso que alguém se lembre de colocar a placa com o nome “Ladeira da Mãe de Deus”, no canto em baixo com a Rua do Peru, que foi retirada há anos, por via de uma obra e lá nunca mais regressou… Até se arranja quem pague os azulejos para a placa se for uma questão de pilim!

Meus queridos! Ainda não fui ao Mercado da Graça com o meu velho popó, pois quando venho da minha cidade-norte entregar os meus recadinhos ao simpatiquérrimo director Américo Viveiros, deixo o popó no parque de São Francisco Xavier e dou um passeio a pé, que faz muito bem… Mas ao que me dizem, o parquímetro que colocaram no parque onde era o antigo Cine Solar e que depois foi parque da TV, nada tem a ver com aquilo que foi dito no comunicado da Câmara, onde está escrito que seria como o antigo parque subterrâneo do mercado, ou seja… Tirava-se bilhete e depois pagava-se na máquina o valor correspondente ao tempo de parqueamento. Puseram lá um parquímetro de meter moedas… e assim, quem vai à praça tem de andar com o olho no relógio, e nem pode ter uma conversa com alguém, não vá o diabo tecê-las e ter de pagar a dita cuja dolorosa… Dizem as pessoas que aquilo assim não foi o prometido, embora tenha sido o mais fácil…

Meus queridos! Já disse e nunca me canso de repetir que não sou mulher de me meter em política, mas já não posso ouvir falar da construção da cadeia de São Miguel que todos os anos serve de arma de arremesso nas discussões do Orçamento lá para os lados de São Bento… Agora foi o PS que conseguiu que se aprovasse um “aditamento” ao Orçamento para que em 2023 se iniciassem os procedimentos para a segunda fase do projecto… o que quer dizer que o próprio PS do Primeiro-Costa se tinha esquecido de incluir a dita cuja nas alíneas do Plano, apesar de milhentas vezes se falar na mesma coisa e cá virem ministros, ministras, secretários de Estado, deputados e magistrados do rectângulo e todos dizerem que a Boa Nova é um velho e escandaloso problema… Agora, ricos, sou capaz de jurar por Santa Catarina, que ainda há dois dias foi celebrada, que para o ano estamos novamente a levar com bagacina pelas ventas…

Ricos! Um ternurento beijinho para o meu querido e sempre jovem Professor Rubens Pavão pelas noventa primaveras outonais que comemorou no passado dia 22 de Novembro. E que continue com o mesmo afinco e entusiasmo nos seus projectos de intervenção na sociedade, afirmando-se como uma verdadeira referência da nossa memória colectiva, pelo seu saber e amor à terra. O Grupo Gráfica Açoreana tem muito orgulho de o contar entre os seus mais antigos colaboradores nos jornais Diário dos Açores e Correio dos Açores… Que seja por longos anos e com a juventude que apresenta!

 

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Autor: CA

Categorias: Maria Corisca

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