29 de novembro de 2022

Crónicas da Madeira

Concordo consigo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Funchal


O dr. Pedro Calado, Presidente do Município Funchalense, tem surpreendido, todos os dias, pela positiva os munícipes. Tudo quanto prometeu durante a campanha eleitoral ele tem procurado, dentro do possível, realizar, considerando sempre o bem-estar dos funchalenses e de todos aqueles que procuram a cidade para veraneio ou habitá-la. A sua preocupação de tornar o Funchal numa cidade sempre mais agradável, aproveitando o seu cosmopolitismo, transformando-a num patamar universal para convívio e encontros de povos, de credos e raças diferentes. Uma cidade fascinante nos seus jardins; uma urbe cheia de luz, debruçada no Oceano Atlântico, com tanta história e tradições.
Uma das suas promessas eleitorais, referia-se ao problema da habitação. A necessidade de construir mais fogos. Na realidade, uma cidade cuja densidade populacional supera 1000 habitantes por quilómetro quadrado, não há dúvidas de que este setor deve preocupar, grandemente, o edil. É, nesta perspetiva, que Pedro Calado, com o seu sentir madeirense, com a sua vasta experiência governativa, com a sensibilidade de quem vive os problemas dos outros, vem procurando resolvê-los. Governar não é só interpretar as leis e embrulhar-se numa teia de burocracia que, não raras as vezes, complica as situações e desmotiva quem está interessado em contribuir para o seu desenvolvimento. Governar é viver os problemas dos cidadãos, ouvi-los, compreendê-los na sua multiplicidade e complexidade. Alegra-me, por exemplo, saber da construção, na Penha de França, de 51 novos fogos, indo assim ao encontro de uma classe mais necessitada, menos favorecida.
Outra das suas preocupações com as quais compartilho, é a de dotar a cidade ainda de uma maior segurança. Evidentemente que sendo uma urbe segura, ela sofre, como quase todas as cidades da Europa, para não mencionar do mundo, do flagelo da droga. O uso de drogas sintéticas – o bloom – para uns tantos cidadãos – presta-se a situações menos agradáveis, daí que ele esteja consciente da importância de um maior número de agentes da PSP pelas ruas. Na realidade, o número de agentes existentes não corresponde às necessidades de uma população de 280 mil habitantes. Embora ele já tenha até, neste sentido, feito démarches para uma maior presença de agentes, e o que esses, com pedagogia adequada, poderiam fazer para minimizar os problemas. Hoje, é cada vez maior o número de traficantes de droga, introduzindo jovens num mundo complicadíssimo para eles e dramático para os familiares. Grande parte dos roubos que hoje se verificam num número considerável de famílias deve-se fundamentalmente aos “drogados”. Há famílias destruídas, por causa dos filhos que usam estes estupefacientes arruinando-lhes a saúde mental. Uma juventude alucinada e, por vezes, agressiva.
A sugestão de dr. Pedro Calado, é justa, já que não existe um número suficiente de agentes da PSP que seja chamada, a colaborar, a Guarda Republicana, tal como acontece no continente. A presença de agentes muito ajudaria a evitar algumas situações degradantes. Sei que a intenção do Presidente da Câmara do Funchal é a de ajudar estas criaturas a se libertarem de uma dependência, que mais ganha força e que só lhes destrói a vida. Isso, porém, não depende só dele. É um trabalho mais complexo que requer a colaboração de todos nós. Dirão alguns ‘não é fácil’, mas se nada se fizer então será muito pior. Recordo-me que em 1962, quando cheguei a Roma, falava-se muito pouco em droga. Em boa verdade, frequentando o meio jornalístico, era um assunto pouco referido. Anos mais tarde, quando regressei a Roma, já a situação se alastrara, de tal forma que tinha atingido, inclusivamente, algumas das famílias minhas amigas. Viviam um drama incomensurável. O ambiente que anteriormente se vivia, de paz e alegria, já não existia. Envoltos numa tristeza profunda os pais e os irmãos passam os dias desmotivados e preocupados.
Evidentemente que estas situações são tão dolorosas; deixam de rastos famílias inteiras, apesar de tudo, repito, não podemos desistir nunca em melhorá-las. Todos nós podemos dar o nosso contributo para que isso suceda.
É neste sentido que o Presidente da Câmara do Funchal pretende colaborar para uma melhoria destes seres humanos marginalizados da sociedade. Louvo esta sua atitude, reveladora da sua preocupação, sensibilidade e humanismo.
João Carlos Abreu

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Categorias: Opinião

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