3 de janeiro de 2023

Do Meu Olhar!

NATAL e ANO NOVO! E depois?


 1. Ainda estamos no tempo de NATAL que muitos celebram até às Estrelas, e ainda o cheiro a cedro se espalha pela casa onde as ovelhas estão a pastar no presépio, ainda  no lugar onde as deixou o meu neto FILIPE. E não nos cansamos de repetir que esta é a maior e a mais vivida festa dos cristãos espalhados pelo mundo inteiro. Ouvi por estes dias amigos e conhecidos que diziam com alegria que já tinham chegado os filhos e os familiares. São filhos, noras  e genros, netos e outros familiares vindos de todo o lado que trocam prendas, matam saudades, põem a conversa em dia e, claro , provam o ritual secular da mijinha do  MENINO. A vida é feita de MOMENTOS, como costumava repetir a jornalista de corpo inteiro,  natural da Vila do Nordeste, de saudosa memória, MARIA MENDONÇA, que viveu quase toda a sua vida na Madeira, onde fez um brilhante trabalho na área do jornalismo, da Cultura  e do turismo. O Emanuel ( Deus connosco ) nasceu em Belém numa gruta de animais que se calhar obrigou Nossa Senhora a ter o parto logo por ali  ,  onde nem havia lugar para se abrigarem. E depois foi a fuga para o Egito, por causa de Herodes, tal qual acontece hoje com muitos que detêm  o PODER,  e quando o MENINO tinha mês e meio voltaram para NAZARÉ. 
 E a nossa fé aguenta-se pelos séculos sem fim, como agora  se diz na liturgia. 

2. Este  Natal trouxe também algumas novidades políticas daquelas  que nascem debaixo dos pés como dizia minha saudosa mãe, e então foi um tal aviar de demissões e de indemnizações, que este governo da República não atina com tanta gente acusada disto e daquilo, com ligações a familiares ou a interesses pouco claros! Já lá vão onze e a  este ritmo a  procissão agora é que vai no adro ! Na nossa terra, exceptuando o vice Artur Lima, por razões conhecidas de concessão de apoios e subsídios a Instituições e Misericórdias, a crianças, jovens, famílias e idosos, aliás como fazem todos os governos de todos os partidos, é o membro do Executivo que consegue melhor e mais clara comunicação, até com repetição como o faz a RTP-A, no seu tradicional Telejornal. Há vários queixumes de cidadãos e empresários que ainda esperam o subsídio concedido há meses, pois, como sabemos, a burocracia é sufocante mesmo nos sites oficiais, e os reparos, sugestões e outras questões nunca têm resposta, ao contrário do que apregoaram antes da “caranguejola”. É de evitar que se repita aquele triste espetáculo com dois cidadãos anónimos numa irritadiça troca de galhardetes, pouco dignos, com o Presidente Marcelo , algures no Continente. Fosse quem fosse, este episódio é degradante para a democracia e merece tratamento judicial! 

3. PRENDA DE NATAL. O NORDESTE está de parabéns e o presidente da Câmara, António Miguel Soares, rejubila de merecida alegria devido ao redobrado esforço que tem feito conseguindo agora reduzir  as metas do plano de reequilíbrio, pelo menos até 2027, e a Assembleia  Municipal aprovou por unanimidade  a Revisão do Programa de Ajustamento Municipal que traz  vários benefícios ao Município, podendo agora contratar  pessoal, reduzir a taxa de IMI e a taxa de juro do velho empréstimo da dívida, tudo isso derivado da avultada dívida de 30 milhões herdada da Câmara de José Carlos Carreiro, obrigando à drástica redução de investimentos e a um fabuloso esforço de negociações e de entendimento de António Miguel Soares e da Câmara que ele preside com as entidades intervenientes no processo. Boa prenda de Natal para o povo do Nordeste. 

4. OS FAMOSOS CABOS SUBMARINOS. Esta questão é difícil de abordar por ser muito técnica ultrapassando em muito os meus conhecimentos nesta área que me deixou confuso com a leitura dos dois artigos do engenheiro João Quental Mota Vieira, um de 18 e outro de 28 e depois uma entrevista do Diretor Regional das Comunicações, engenheiro Pedro   Batista de 29 do corrente mês de Dezembro. Começo pelo eng. Quental, que afirma que “as amarrações não têm o mesmo grau de importância: a amarração na Terceira é a principal e em São Miguel é a secundária. Retire-se desde já os laivos de bairrismo que são acirrados quando convém!  A ilha de São  Miguel pela sua elevada população e  pujança económica merece atenção e respeito . É ou não verdade que na configuração da proposta,  a ilha de São Miguel perde a ligação submarina direta a Lisboa? O que na opinião do eng. Quental  “introduz riscos acrescidos de avarias”?  Parece que, assim, se está a introduzir “mais pontos de falhas “. No segundo artigo o eng. Quental Mota Vieira faz uma interessante referência à inclusão de benefícios via internet nos  vários serviços, destacando-se para proveito do cidadão ” a  telemedicina e intervenções cirúrgicas à distância, depois nos transportes e na educação com as Universidades no primeiro patamar,  e elevadas exigências noutros setores. A perda da ligação direta de São Miguel a Lisboa parece ser um “dos maiores erros históricos”.  A MADEIRA ficará com duas ligações diretas!  Na opinião deste engenheiro especialista regista-se “erros estratégicos e também estão  ser cometidos erros técnicos grosseiros”. Este facto parece ser o mais grave em todo  este processo! 


  5. Vamos agora fazer uma breve referência à entrevista do Diretor Regional das  Comunicações, eng. Pedro Batista. Que começa por afirmar que a “ argumentação é bacoca e bairrista  porque as duas ilhas ficam ligadas diretamente ao anel CAM”.  A  nova solução prevê uma amarração na Terceira e outra em São  Miguel. Disse  o senhor Diretor que a solução proposta “é muito melhor, mais resiliente e com várias redundâncias” . Os termos técnicos deviam estar explicados e as partes devem esgrimir os argumentos de que São  Miguel não é prejudicado, senão ficamos a ver navios! 
 Termino com a sugestão do eng. Quental  Mota Vieira de que “o Governo Regional, conjuntamente com a ANACOM e a IP-TELECOM   deveriam organizar uma apresentação pública do projeto nos Açores, também com a presença dos dois intervenientes”. É demasiado importante para se deixar ficar com tanta contradição! 

Eduardo de Medeiros
Na entrada do ANO NOVO

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Categorias: Opinião

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