1. Ainda estamos no tempo de NATAL que muitos celebram até às Estrelas, e ainda o cheiro a cedro se espalha pela casa onde as ovelhas estão a pastar no presépio, ainda no lugar onde as deixou o meu neto FILIPE. E não nos cansamos de repetir que esta é a maior e a mais vivida festa dos cristãos espalhados pelo mundo inteiro. Ouvi por estes dias amigos e conhecidos que diziam com alegria que já tinham chegado os filhos e os familiares. São filhos, noras e genros, netos e outros familiares vindos de todo o lado que trocam prendas, matam saudades, põem a conversa em dia e, claro , provam o ritual secular da mijinha do MENINO. A vida é feita de MOMENTOS, como costumava repetir a jornalista de corpo inteiro, natural da Vila do Nordeste, de saudosa memória, MARIA MENDONÇA, que viveu quase toda a sua vida na Madeira, onde fez um brilhante trabalho na área do jornalismo, da Cultura e do turismo. O Emanuel ( Deus connosco ) nasceu em Belém numa gruta de animais que se calhar obrigou Nossa Senhora a ter o parto logo por ali , onde nem havia lugar para se abrigarem. E depois foi a fuga para o Egito, por causa de Herodes, tal qual acontece hoje com muitos que detêm o PODER, e quando o MENINO tinha mês e meio voltaram para NAZARÉ.
E a nossa fé aguenta-se pelos séculos sem fim, como agora se diz na liturgia.
2. Este Natal trouxe também algumas novidades políticas daquelas que nascem debaixo dos pés como dizia minha saudosa mãe, e então foi um tal aviar de demissões e de indemnizações, que este governo da República não atina com tanta gente acusada disto e daquilo, com ligações a familiares ou a interesses pouco claros! Já lá vão onze e a este ritmo a procissão agora é que vai no adro ! Na nossa terra, exceptuando o vice Artur Lima, por razões conhecidas de concessão de apoios e subsídios a Instituições e Misericórdias, a crianças, jovens, famílias e idosos, aliás como fazem todos os governos de todos os partidos, é o membro do Executivo que consegue melhor e mais clara comunicação, até com repetição como o faz a RTP-A, no seu tradicional Telejornal. Há vários queixumes de cidadãos e empresários que ainda esperam o subsídio concedido há meses, pois, como sabemos, a burocracia é sufocante mesmo nos sites oficiais, e os reparos, sugestões e outras questões nunca têm resposta, ao contrário do que apregoaram antes da “caranguejola”. É de evitar que se repita aquele triste espetáculo com dois cidadãos anónimos numa irritadiça troca de galhardetes, pouco dignos, com o Presidente Marcelo , algures no Continente. Fosse quem fosse, este episódio é degradante para a democracia e merece tratamento judicial!
3. PRENDA DE NATAL. O NORDESTE está de parabéns e o presidente da Câmara, António Miguel Soares, rejubila de merecida alegria devido ao redobrado esforço que tem feito conseguindo agora reduzir as metas do plano de reequilíbrio, pelo menos até 2027, e a Assembleia Municipal aprovou por unanimidade a Revisão do Programa de Ajustamento Municipal que traz vários benefícios ao Município, podendo agora contratar pessoal, reduzir a taxa de IMI e a taxa de juro do velho empréstimo da dívida, tudo isso derivado da avultada dívida de 30 milhões herdada da Câmara de José Carlos Carreiro, obrigando à drástica redução de investimentos e a um fabuloso esforço de negociações e de entendimento de António Miguel Soares e da Câmara que ele preside com as entidades intervenientes no processo. Boa prenda de Natal para o povo do Nordeste.
4. OS FAMOSOS CABOS SUBMARINOS. Esta questão é difícil de abordar por ser muito técnica ultrapassando em muito os meus conhecimentos nesta área que me deixou confuso com a leitura dos dois artigos do engenheiro João Quental Mota Vieira, um de 18 e outro de 28 e depois uma entrevista do Diretor Regional das Comunicações, engenheiro Pedro Batista de 29 do corrente mês de Dezembro. Começo pelo eng. Quental, que afirma que “as amarrações não têm o mesmo grau de importância: a amarração na Terceira é a principal e em São Miguel é a secundária. Retire-se desde já os laivos de bairrismo que são acirrados quando convém! A ilha de São Miguel pela sua elevada população e pujança económica merece atenção e respeito . É ou não verdade que na configuração da proposta, a ilha de São Miguel perde a ligação submarina direta a Lisboa? O que na opinião do eng. Quental “introduz riscos acrescidos de avarias”? Parece que, assim, se está a introduzir “mais pontos de falhas “. No segundo artigo o eng. Quental Mota Vieira faz uma interessante referência à inclusão de benefícios via internet nos vários serviços, destacando-se para proveito do cidadão ” a telemedicina e intervenções cirúrgicas à distância, depois nos transportes e na educação com as Universidades no primeiro patamar, e elevadas exigências noutros setores. A perda da ligação direta de São Miguel a Lisboa parece ser um “dos maiores erros históricos”. A MADEIRA ficará com duas ligações diretas! Na opinião deste engenheiro especialista regista-se “erros estratégicos e também estão ser cometidos erros técnicos grosseiros”. Este facto parece ser o mais grave em todo este processo!
5. Vamos agora fazer uma breve referência à entrevista do Diretor Regional das Comunicações, eng. Pedro Batista. Que começa por afirmar que a “ argumentação é bacoca e bairrista porque as duas ilhas ficam ligadas diretamente ao anel CAM”. A nova solução prevê uma amarração na Terceira e outra em São Miguel. Disse o senhor Diretor que a solução proposta “é muito melhor, mais resiliente e com várias redundâncias” . Os termos técnicos deviam estar explicados e as partes devem esgrimir os argumentos de que São Miguel não é prejudicado, senão ficamos a ver navios!
Termino com a sugestão do eng. Quental Mota Vieira de que “o Governo Regional, conjuntamente com a ANACOM e a IP-TELECOM deveriam organizar uma apresentação pública do projeto nos Açores, também com a presença dos dois intervenientes”. É demasiado importante para se deixar ficar com tanta contradição!
Eduardo de Medeiros
Na entrada do ANO NOVO