O Secretário Regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, realçou ontem, na abertura da reunião do Conselho Regional de Saúde, “a necessidade de resolver os problemas estruturais” do sector na Região.
O governante, que presidia ontem ao Conselho Regional de Saúde, sublinhou a importância do encontro, “que visa partilhar e receber contributos para o novo Plano Regional de Saúde”.
“Este será um documento estruturante para a década e, neste contexto, já arrecadámos 28 contribuições. Isso demonstra o compromisso da sociedade, organizada ou não, em apresentar contribuições”, afirmou.
O Conselho Regional de Saúde, que esteve suspenso nos últimos anos, é constituído por representantes de vários sectores da sociedade açoriana, ligados ou não à saúde. O governante exortou-os a ponderar a “reorganização estrutural com pensamento estratégico” que o Governo Regional pretende levar a cabo.
“Entre os 43 indicadores previstos no anterior Plano Regional de Saúde, apenas 12 foram cumpridos”, disse Clélio Meneses, acrescentando que “é fundamental identificar os problemas antes de passar às medidas, e os problemas são estruturais”.
Nesta reunião, o Coordenador do novo Plano Regional de Saúde, João Sarmento, apresentou a situação actual do Serviço Regional de Saúde.
O financiamento do sector, apontado como um dos principais temas, foi um dos assuntos lançados pelo governante para apreciação dos membros do Conselho.
“Até que ponto este sistema, gratuito e universal, é financeiramente sustentável para o Estado? Lanço este desafio à reflexão”, afirmou. O aumento dos custos da Saúde, a insuficiência de recursos, a fixação de profissionais, o envelhecimento da população, bem como a necessidade de recuperação de infra-estruturas e equipamentos, são outros assuntos em debate na reunião do Conselho Regional de Saúde.
O secretário regional destacou ainda o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que atribui 30 milhões de euros à Saúde nos Açores, incluindo 8,3 milhões de euros para equipamentos. “Temos de aproveitar todo o seu potencial, de forma a modernizar os serviços e investir na digitalização da Saúde”, reiterou o governante.
Por sua vez, Clélio Meneses também insistiu na “necessidade de um acordo na Saúde”, defendendo que “o sector não pode ser constrangido por interesses políticos, partidários ou ideológicos. É necessário um amplo compromisso para que possamos alcançar bons resultados”.
Clélio Meneses elogiou ainda o bom desempenho do Serviço Regional de Saúde em 2022, considerando que “é bom e funciona com eficiência”.
“O Serviço Regional de Saúde realizou num ano 10 mil cirurgias, um milhão de consultas e milhões de exames, tendo ainda feito cerca de 400 evacuações. No entanto, não vi ninguém dar notícia disso”, disse Clélio Meneses, considerando que “ boas notícias tranquilizam a população e trata-se de alfabetização em saúde.”