Américo Viveiros apresentou o livro”D. Paulo José Tavares - O Bispo Diplomata”

“Os pobres crescem todos os dias e são deixados ao desamparo...”

 “Não é tarefa fácil apresentar o livro que narra parte importante da vida e obra de D. Paulo José Tavares, um distinto servo de Deus e da Igreja, nascido e criado nesta Vila de Rabo de Peixe, que ao tempo era conhecida por dividir-se, entre o mar e a terra.
Durante os cinquenta e três anos de vida, e como é descrito no livro e no testemunho da família narrado pela irmã Maria Luísa de Amaral Tavares, D. Paulo José Tavares nunca se esqueceu das suas origens, e sempre que podia regressava como que para sentir o pulsar das gentes, e o cheiro da maresia e da terra em que aprendeu a manusear o sacho e fazer a monda, separando o que era bom do que era ruim para a agricultura.
Esse conhecimento adquirido em tenra idade, por um jovem que aspirava ir para além da vida agrícola, levou-o a instar o pai para que o deixasse estudar, procurando transformar em realidade, o sonho que acalentava, embora sentisse que havia um obstáculo difícil de transpor, que era a necessidade que o pai tinha dele, para na vida agrícola ajudar ao sustento da família.
Valeu-lhe a persistência que teve, e depois de ter começado a ter aulas particulares com uma senhora Mercês, no ano seguinte matriculou-se na escola, tornando-se num excelente aluno onde concluiu os estudos primários.
Depois apareceu a conselho do Padre Guilherme para que a família o colocasse como estudante no Seminário da Ilha Terceira, intervenção com mão divina, porque o aluno Paulo Tavares obteve a permissão paternal, começando uma carreira que o levou depois a Roma onde completou os estudos e se tornou num respeitado Diplomata.
O contacto que D. Paulo José Tavares teve com a terra certamente ajudou-o a superar os sacrifícios ao longo da vida, e o cheiro da maresia, ajudou-o a compreender quão difícil e audaciosa é a vida dos pescadores que diariamente se fazem ao mar, num vai e vem que os torna resistentes para enfrentarem as tempestades da fauna marinha, tal como veio D. Paulo José Tavares enfrentar depois as tempestades em Macau no tempo da “revolução cultural chinesa”. Na missão que desempenou no Vaticano, levou-o a conhecer parte do Segredo de Fátima na década de sessenta, e foi participante na decisão de manter guardado o segredo descrito pela Irmã Lúcia.
Com esta intercalação procuro encontrar caminho para apresentar o livro intitulado “D. Paulo José Tavares - O Bispo Diplomata”, da autoria de outro filho de Rabo de Peixe e meu companheiro de várias jornadas, Dr. António Pedro Costa que é um homem das letras, com vários livros publicados sendo um amante da escrita.
Sobre ele recaiu o desafio feito por um conjunto de pessoas para que juntasse o que existia disperso sobre D. Paulo José Tavares, para transpor em livro o trajecto de vida percorrido pelo ilustre filho da Vila de Rabo de Peixe, desde o nascimento em 1920 até ao falecimento prematuro em 1973.

A “aventura” bem sucedida
de António Pedro Costa

Sendo embora uma tarefa difícil, a ligação de António Pedro Costa à escrita e à investigação, empurrou-o para aquilo que era tido como uma aventura.
Porém, a vontade que tinha em saber mais sobre o Bispo Diplomata, fez com que não pudesse virar costas a tão nobre missão.
Isso mesmo é explicado pelo autor do livro no “intróito” em que descreve a relutância que teve em aceitar o desafio que lhe fora feito, porque sabia não ser tarefa fácil e ciente das dificuldades que ia encontrar, devido às buscas que antes havia já feito.
Apesar disso, acabou por aceitar o repto com o maior gosto, e o produto final traduz-se numa produto, que juntou a audácia e muita investigação por parte de António Pedro Costa, saldando-se numa obra que agrega parte da vida e obra de D. Paulo José Tavares, considerado um dos maiores diplomatas do Vaticano, com quem me cruzei e dialoguei várias vezes ouvindo a sua sábia opinião, e dando a minha visão sobre o caminho da Igreja, quando ele, e eu, nas férias de Verão ministrava-mos a catequese preparatória para o crisma a ter lugar na Igreja do Bom Jesus desta Vila de Rabo de Peixe. Encontros e diálogos que nunca esqueci e guardo-os como recordação de um período importante da acção em que participei nos movimentos católicos da nossa paróquia, juntando os jovens e responsabilizando-os para o futuro, acção que foi estendida depois a outros movimentos ancorados na JAC, JEC e, JOC.
O autor do livro, sabia quão difícil seria buscar a informação precisa para compor um livro, mas a ligação de António Pedro Costa à escrita e à investigação, empurrou-o para aquilo que era tido como uma aventura, a que se juntava a vontade de saber mais sobre o Bispo Diplomata, fazendo com que ele não pudesse virar costas a tão nobre desafio.
Chegamos os dois a falar sobre a matéria, e sempre lhe disse que devia avançar nesta nobre tarefa, o que me deixou depois satisfeito quando ele me transmitiu que havia posto mãos á obra.
Começou fazendo buscas virtuais via internet com a Diocese de Macau, trocando correspondência com o Episcopado daquele território, e durante as pesquisas que fez, estabeleceu contacto com o Professor Moisés Silva Fernandes, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa, que é autor de diversos trabalhos sobre Macau, tendo uma dissertação sobre a chamada «revolução cultural» chinesa.
Com esse contacto, tanto ganhou o autor do livro Dr. António Pedro Costa, como o Professor Moisés Fernandes. António Pedro Costa, porque ficou a conhecer o êxito que teve a resistência da igreja católica, às tentativas de subjugação por parte da elite chinesa daquele enclave em 1967, aquando da revolução cultural, e o Professor Moisés Fernandes, porque lhe foi facultada por António Pedro Costa, na qualidade de fiel depositário e com expressa autorização da família, a tese de doutoramento do Bispo de Macau, “Dissertatio Ad Lauream”, o que permite agora ao professor Moisés Fernandes completar o livro intitulado “D. Paulo José Tavares, Bispo de Macau, e a Revolução Cultural chinesa, 1966-1973: Uma vitória onde todos sucumbiram”.
Valeu a pena as horas de pesquisa e estudo, feitas pelo Dr. António Pedro Costa dando uma sistematização ao livro em que facilmente se percebe as qualidades e o percurso de D. Paulo José Tavares, tal como muito bem retrata o nosso comum amigo, Cónego João Maria Brum, filho desta Vila, no excelente prefácio que faz quando lembra D. Paulo José Tavares como “a figura simples como nobre, séria como sorridente, popular como aristocrática, sempre disposto a ouvir as pessoas mais simples do povo”.

D. Paulo José Tavares
misturava-se com o povo
nas férias em Rabo de Peixe

Lembra-se bem quando já ordenado Presbítero em Roma, D. Paulo José Tavares vinha de férias, e mistura¬ se com o povo simples de Rabo de Peixe, sentando-se na velha banqueta do mar antes de celebrar a eucaristia na Igreja do Bom Jesus. Recorrendo à sua infância, João Maria Brum descreve a influência que D. Paulo José Tavares teve na sua entrada no Seminário de Angra, tudo porque o Seminário de São José de Macau encontrava-se fechado, por falta de alunos, e o Bispo de Macau estimulou diversas Dioceses de Portugal, de modo especial a dos Açores, para que os jovens que quisessem ingressar no Seminário de Angra, fá-lo-iam a expensas da Diocese de Macau. Foi um chamamento de vocações que foi correspondido.
João Maria Brum diz que D. Paulo não se esqueceu dele….assim como, ele jamais se esqueceu da bondade e generosidade de D. Paulo José Tavares. Assim foi! De imediato começou a tratar de toda a “papelada” necessária para a candidatura ao Seminário, com a intervenção e por intermédio do seu padrinho e sempre amigo de Rabo de Peixe, Padre José Fernandes de Medeiros, na altura Coadjutor na Igreja do Bom Jesus. Ingressou no Seminário do Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada, e dois anos depois foi de abalada para o Seminário de Angra, cursar o resto do preparatório, até ser ordenado sacerdote. É um padre de proximidade, e marcou os alunos que o tiveram como professor e por isso, é estimado por quem com ele se cruza.
Retomo aqui o que disse aquando da apresentação do livro “TRAÇOS DE UMA VIDA”da autoria do Padre José Tavares, ao fazer então uma referência especial a um prelado especial, pela simplicidade que cultivava, pelo saber que era reconhecido pelos seus pares na Cúria, pela inteligência que tinha e pela coragem que revelou no combate com que enfrentou os revolucionários chineses durante a chamada “Revolução Cultural” em Macau.  
Referia-me ao filho de Rabo de Peixe Paulo José Tavares, que foi sagrado bispo na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, a 21 de Setembro de 1961, e depois por sugestão do Cardeal Montino foi nomeado Bispo de Macau a 24 de Agosto de 1961 pelo bondoso Papa João XXIII.
 Veio aos Açores despedir-se da família, e chegou a Macau a 27 de Novembro de 1961, juntamente com seu irmão e secretário particular, o padre Dr. Manuel Alfredo Tavares, que merece uma referência devido à inteligência que tinha e à grande humildade que conservava e ao apoio que deu como secretário pessoal ao seu irmão.  
Mas, pouco depois de estar em Macau D. Paulo regressou a Roma, para participar no Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965, onde mostrou o saber que tinha e a influência própria dos diplomatas.
Foi reconhecido como uma das peças chave do Concilio.
Durante o seu bispado, houve um desenvolvimento admirável na área da assistência social aos necessitados assim como uma aposta na educação da juventude.
Para tanto a Diocese de Macau, construi e ampliou cerca de vinte estabelecimentos assistenciais e de instrução católicos, e criou o Conselho das Escolas Católicas em Março de 1967.
D. Paulo José Tavares resistiu com êxito aos ataques da elite político -comercial de Macau que se tinha alinhado com Pequim, durante a Revolução Cultural Proletária chinesa.
Pela firme oposição que levou a cabo, e pelo sucesso que logrou, garantiu a liberdade e o crescimento das escolas católicas em Macau, ao ponto de, quando na semana antes da passagem de Macau para a China a 20 de Dezembro de 1999, numa reunião na Universidade Politécnica de Macau, de um grupo de Directores da Comunicação Social dos Açores, entre os quais me encontrava, soube bem ouvir do reitor, um rasgado elogio ao Bispo D. Paulo José Tavares, por quanto fez em Macau, em benefício do ensino em geral incluindo o superior.
O Concilio Vaticano II, em que D. Paulo José Tavares, participou activamente, traçou caminhos novos para a Igreja, caminhos que foram sendo aprimorados pelos Papas Paulo VI e João Paulo II, o Santo que veio aos Açores, e continuados pelo Papa Francisco através de várias e oportunas encíclicas que atribuem à Igreja, enquanto importante pilar da fé, os direitos para, denunciar, formar, realizar e amar.

A Igreja “deve revelar
as injustiças entre as quais
cabe a pobreza…”

A Igreja “lato sensu” deve revelar as injustiças que vão acontecendo no mundo pós moderno, entre as quais cabe a pobreza que cresce todos os dias acompanhando o enriquecimento desmesurado de quem é rico.
A igreja precisa ser interventiva, inconformada com a qualidade da sociedade, das Instituições e até da própria Igreja que cala os comportamentos e as políticas que multiplicam as injustiças e fomentam a pobreza.
É tempo de dizer basta!
É preciso agarrar a juventude, fazer-lhe ver que o futuro da sociedade está para além do que nos é vendido pelas redes sociais. Ela é a esperança do futuro, mas para tanto tem de conhecer os males do presente e fazer as mudanças que coloquem, a pessoa, no lugar central da sociedade, com os dotes de cada um, e com as aspirações daqueles que se sentem capazes, mas não têm recursos para dar o salto na vida.
Estamos condicionados pelo individualismo que se tornou numa praga perniciosa para as famílias e para as instituições. Cada um sente-se dono de direitos mas esquece os deveres de ouvir, reagir e participar.
 A mudança social apanhou de surpresa a Igreja no mundo ocidental, que só por si, sente-se manietada e incapaz de fazer valer os ensinamentos da doutrina social da Igreja, atingida que foi pela descristianização galopante que ocorre na Europa outrora berço do Cristianismo.
Descristianização feita em nome de conceitos sociais e humanos que aplicados, estão a criar apatia, solidão e desamor entre as pessoas e as famílias e deixam em roda livre e entregue a si própria a teia social.
Como instituição milenar, a Igreja tem de acompanhar o percurso das sociedades, mas tem de ultrapassar o medo e a condenação do pecado, ser generosa para quem se quer regenerar e refazer a vida, depois de ter “caído”, tal como Cristo ensinou.
Precisamos de homens e mulheres com intervenção e pensamento, e esse recrutamento tem de ser feito nos jovens e pelos jovens.
Aqui se encaixa a obra deixada por D. Paulo José Tavares, que deve servir de exemplo, ao ter incentivado e apoiado os jovens seminaristas, ao ter produzido uma grande obra social enquanto Bispo de Macau, ao ter corrido com os “ vendedores do Templo”como fez Jesus Cristo, oponde-se e vencendo os fanáticos “ bandos” da revolução cultural chinesa.
É tempo de lembrar e espalhar junto dos jovens, o apelo firme e fervoroso de São João Paulo II :“ Não tenhais medo”!
Em Outubro de 1971, um Padre que juntou ao múnus sacerdotal a tarefa de andar pelas periferias onde morava e mora ainda a pobreza, procurando alojar quem não tinha teto ou quem não tinha pão para matar a fome, nos “calvários” que percorria e ainda percorre, levava como bandeira a encíclica Populorum Progressio publicada pelo Papa Paulo VI a 26 de Março de 1967 dirigida aos Bispos, sacerdotes, religiosos, e a todos os fiéis.
Esse sacerdote e professor pregava e exercia a sua actividade à margem do regime, e em 1971, correu o risco, sem ter em conta as consequências, de levar à discussão pública um manifesto contendo uma espécie de 16 mandamentos a executar pelos Cristãos que se deviam considerar como colaboradores de Cristo na redenção e evangelização do mundo, e dispostos a correr os perigos que resulta de qualquer combate.

Os 16 mandamentos

Tais “Mandamentos”, constantes do chamado “Manifesto da Lagoa” eram os seguintes:
a) Lutar contra as estruturas que oprimem.
b) Procurar obter o direito à educação e o acesso à cultura para todos.
c) Recusar transigir com a miséria.
d) Defender todo o cidadão contra a violência e injustiça, sem distinção de crença, raça ou opinião.
e) Recusar-se a proteger o crime.
f) Encorajar a união de todos aqueles que precisam de encontrar aí a força para a defesa dos seus direitos.
g) Rejeitar a repressão injusta e a tirania.
h) Lutar pela realização completa do ser humano.
i) Comprometer-se a fundo naquilo que se funda sobre a justiça.
j) Apoiar todos aqueles que se batem pelo bem da comunidade.
l) Recusar vender-se em troca de recompensas, gratificações, promessas, vantagens ou apego a uma «vida tranquila».
m) Cumprir cada um a sua própria missão.
n) Lutar por uma justiça social efectiva.
o) Aceitar ser irmão dos outros.
p) Poder celebrar a Eucaristia na alegria de quem se esforçou por amar Cristo nos irmãos.
q) E enquanto tudo isto não se realizar, viver numa atitude de inquietação porque a humanização do mundo conforme os planos de Deus ainda não é uma realidade.

Estes são mandamentos de ontem e de hoje, porque tal como já dissemos, apesar das alterações profundas que as sociedades e o Mundo sofreram desde os finais do século XX até às primeiras duas décadas e pouco do Século XXI, as injustiças continuam, assim como a violação de direitos, e também de deveres que cabe a cada um cumprir.  Direi mesmo que as injustiças e as violações de direitos humanos, aumentaram por via do fosso criado entre ricos e pobres, em que os pobres crescem todos os dias e são deixados ao desamparo, para alimentar a riqueza que está concentrada em 1% da população mundial.  
Os governos das Nações renderam-se aos mercados financeiros que hoje mandam e traçam o futuro dos Estados, deixando estes, prisioneiros do ultraliberalismo que se apoderou da economia mundial devido à globalização e à mundialização descontrolada.
Hoje, os Estados mostram-se impotentes, perante os lóbis dos grandes grupos empresariais, que são donos e senhores da economia, com o beneplácito dos chefes de Estado e de Governo que se juntam em reuniões e confraternizações eivadas de falsidade, porque se apresentam como salvadores do mundo, propósito que é diariamente violado. A situação é tão indigna, quando são os muito ricos que se apresentam em Davos na Suíça a pedir que os governos taxem as suas fortunas para com elas fazerem regredir a pobreza mundial que afecta mais de 2/3 da população mundial.
Que diria D. Paulo José Tavares sobre o mundo e a Igreja de hoje! A mesma pergunta se estende a outros vultos Açoreanos que serviram no oriente, quando Portugal ai tinha presença.
É que, tal como salienta António Pedro Costa a páginas 35 a 38, do livro, D. Paulo José Tavares consta da galeria dos melhores alunos na história do Seminário de Angra, entre outros nomes como D. José da Costa Nunes, Cardeal, e D. João Paulino de Azevedo e Castro, D. Manuel Medeiros Guerreiro, D. José Vieira Alvernaz, D. Jaime Garcia Goulart e D. José Pedro da Silva.
Estando aqui presente o Senhor D. Armando Esteves Domingues, Bispo da nossa diocese, é bom referir que dois destes nomes estão historicamente a ele ligados, já que foi D. José Pedro da Silva, Bispo de Viseu que o ordenou presbítero em 1982. E há também a curiosidade histórica de D. João Paulino de Azevedo e Castro, picoense, da vila das Lajes, ter sido o 19º Bispo de Macau, ordenado sacerdote em Angra, depois de ter estudado em Coimbra, em 1879, exactamente pelo Bispo de Angra, D. João Maria Pereira do Amaral Pimentel, que era natural de Oleiros, tal como é D. Armando. Os factos históricos não devem ser esquecidos pois precisamos de ter memória para melhor conduzir o futuro e por isso cabe aqui se relembrar o importante papel que tiveram os Bispos Açorianos em missão pelo Oriente.
Ainda há muita história por fazer, embora haja algumas obras que merecem referência, como é concretamente o livro “Nascido para Vencer”, da autoria da jornalista picoense falecida repentinamente há pouco tempo, Maria Guiomar Lima, no qual faz um estudo exaustivo da Vida do cardeal Costa Nunes e também é autora de uma extensa biografia do Patriarca D. José Vieira Alvernaz, numa edição do Instituto Açoriano de Cultura.

D. Paulo sepultado no
Cemitério de Rabo de Peixe

D. Paulo José Tavares foi apanhado pela doença que o atacou quando a 23 de Abril de 1973, e já bastante doente, regressou a Portugal para participar na Conferência Episcopal Portuguesa.
Depois das reuniões, a doença agravou-se e acabou por falecer no dia 12 de Junho de 1973 em Lisboa, altura em que me encontrava no meio da selva na Guiné.
As exéquias, foram concelebradas por muitos arcebispos, bispos e sacerdotes, incluindo o Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro e o cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira.
No dia 15 de Junho de 1973, foi sepultado no cemitério de Rabo de Peixe, no sepulcro - capela mandado construir pela família. Hoje D. Armando fez questão de ir ao cemitério visitar D. Paulo, o Bispo que regressou a Rabo de Peixe para ficar sepultado no seu torrão natal, e que será sempre lembrado como um exímio diplomata, um evangelizador um herói corajoso e cumpridor da sua missão. Os heróis não se podem esquecer, e por isso é um orgulho para a Vila de Rabo de Peixe, ter entre outros filhos da terra, este notável príncipe - Bispo da Igreja que ganhou lugar para manter-se viva a sua memória.   
Quando não se cultiva a memória, começa a faltar a narrativa que deve ser o amparo e exemplo na construção do futuro.
Termino com uma frase do padre António Rego no termo do Prefácio de um livro:
…este trabalho tem o mérito de não permitir que as cinzas do esquecimento ou do ruído deixem passar um homem e um sacerdote… e neste caso um Bispo, … que merece ficar nos registos da nossa memória sempre carente de sinais…”

Américo Natalio de Viveiros

*Títulos, subtítulos e legendas
da responsabilidade da redacção

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Autor: CA

Categorias: Regional

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