“Escola Secundária Antero de Quental – uma escola esquecida” é o nome do relatório elaborado pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária Antero de Quental, e que foi agora enviado à Direcção Regional da Educação e à Câmara Municipal de Ponta Delgada. Associação de Pais e Encarregados de Educação e alunos da escola estão determinados nesta luta por equidade e condições mínimas, mantendo-se uma manifestação depois de amanhã, 6ª feira, dia 10, entre as 9h00 e as 11h00 no Largo Mártires da Pátria.
Para além de listar os problemas da escola e respectivas soluções, no relatório é explicada a história do edifício: “A Escola Secundária Antero de Quental, fundada em 1852 como Liceu de Ponta Delgada, iniciou as suas actividades no Convento da Graça, sendo transferida para o Palácio da Fonte Bela em 1921 (mandado construir em 1830 pelo Barão da Fonte Bela – Jacinto Inácio Rodrigues da Silveira), onde hoje se encontra”. Já o novo edifício, chamado de ‘secção’ pela comunidade, foi construído nos anos 60 e submetido a obras de ampliação nos anos 90 e início dos anos 2000. “Desde então, nenhum dos edifícios, novo e antigo, foram sujeitos a obras de fundo, quer para conservação e manutenção do património edificado, quer para adaptação dos mesmos às exigências de uma escola do século XXI”, expõe o relatório.
De acordo com a Associação de Pais, este estado de degradação, quer do edifício mais recente, quer do património histórico, “é preocupante”, pelo que é “urgente uma intervenção a fundo, sempre com o cuidado de adaptação às exigências da escola do século XXI e sem desvirtuar o património existente.”
Para a Associação de Pais, está em causa não só “a segurança e bem-estar da comunidade educativa que frequenta a Escola”, mas também um edifício que é classificado como imóvel de interesse público (pela Resolução nº 41/80, de 11 de Junho), e que é património histórico e cultural dos Açores e alerta ainda que “não se pode apenas priorizar a protecção do Palácio. Há uma simbiose, Escola-Palácio, que não pode ser descartada, nem esquecida. Subsistem em conjunto e a comunidade escolar tem orgulho na sua Escola-Palácio.”
O relatório conclui que “é imperativo a conservação do património histórico e cultural da escola” e que “é inadiável a inclusão de um projecto de construção e requalificação da escola no actual Programa Operacional Açores 2030. Só assim, conseguiremos “manter vivo o antigo Liceu de Ponta Delgada” para as futuras gerações.”
Mariana Rovoredo