Azores Airlines fretou Airbus A330 para ligar a Terceira aos Estados Unidos e Canadá

A Azores Airlines fretou um avião Airbus A330-200, com 299 lugares, para voar entre a Terceira e Estados Unidos da América e Canadá. A companhia açoriana vai utilizar esta aeronave para a realização, durante a época de Verão, de quatro rotas com destino às cidades de Boston, Oakland, Montreal e Toronto. Concretamente sobre a operação de Boston, o A330 irá partir da Terceira todas as Sextas-Feiras, entre 2 de Junho e 29 de Setembro. Para Oakland, nos Estados Unidos da América, os voos irão realizar-se às Terças-Feiras, entre os dias 13 de Junho e 19 de Setembro. Já para Montreal, esta aeronave realizará um voo semanal (Sábados) de 17 de Junho a 23 de Setembro. Finalmente para Toronto, a programação da Azores Airlines contempla dois voos semanais desde a Terceira (Quintas-Feiras e Domingos), entre 1 de Junho e 28 de Setembro.

Azores Airlines admite recorrer
à aeronave” para reforçar “rotas
da América do Norte”
O Correio dos Açores pediu esclarecimentos à Azores Airlines sobre este assunto. Em resposta, a companhia aérea açoriana refere que “planeia operar 1 (uma) frequência semanal entre Oakland e a Terceira, de 13 de Junho a 21 de Setembro, num total de 15 rotações (ou 30 voos). Os voos têm um horário de partida da Terceira às 12h00 de Terça-Feira com chegada a Oakland às 16h15 locais. As partidas de Oakland estão planeadas para as 13h45 das Quartas-feiras com chegada à Terceira pelas 06h45 do dia seguinte (Quintas-feiras). Os mesmos serão operados com equipamento A330 capacidade para 299 passageiros (24 lugares em executiva e 275 lugares em económica)”, especifica.
A Azores Airlines destaca que esta operação “representa um acréscimo de 2 rotações (ou 4 voos) e 1.944 lugares, face ao operado em 2022. A companhia aérea perspectiva transportar cerca de 6.400 passageiros, no período, sendo um acréscimo de aproximadamente 1.600 passageiros, comparativamente com o ano anterior”.
É admitido nesta resposta que, “adicionalmente, a companhia aérea poderá recorrer à aeronave para reforço de capacidade em determinadas rotas, em particular nos percursos mais longos, como é o caso das rotas da América do Norte, o que acaba por trazer mais robustez à operação de Verão, o que é igualmente importante, face ao acréscimo de tráfego que se espera”.

Fretamento do A330: “Este negócio deve ser equilibrado o suficiente para se pagar a si próprio”
A companhia aérea açoriana explica também que, desde a saída dos A310 da frota, “tem operado a rota sazonal em apreço recorrendo a ACMI (Fretamento) com excepção de 2018 e 2021, em que a companhia aérea operou com o A330 e A321 da frota da Azores Airlines, respectivamente. No entanto, a utilização do Airbus A321 obrigava a efectuar uma escala técnica em Toronto para reabastecimento, o que comporta custos adicionais para além de ser uma solução menos interessante no que toca ao serviço prestado aos passageiros”.
A Azores Airlines refere que “voltou a recorrer ao fretamento de uma aeronave para poder corresponder à operação prevista” e que a escolha do Airbus A330 foi feita “tendo em conta a sua capacidade e alcance e o histórico da rota”.
“A preparação atempada da operação, permitiu auscultar o mercado a fim de garantir a melhor relação preço/qualidade disponível e acautelar a oferta de um serviço adaptado à rota, de acordo com os parâmetros de serviço oferecidos pela Azores Airlines”, explica-se.
Na resposta, é igualmente realçado que “este negócio deve ser equilibrado o suficiente para se pagar a si próprio. Foi a solução encontrada para continuar a oferecer uma alternativa aos passageiros, maioritariamente açorianos que vivem na Califórnia, e que continuam a procurar regressar aos Açores, em voo directo, preferencialmente, e em períodos bem demarcados no ano”.
A finalizar, a Azores Airlines garante que “comparar esta operação de fretamento pontual com outras ocorridas, cujos objectivos e pressupostos eram distintos, pode levar a tirar ilações precipitadas e chegar a conclusões pouco fundamentadas”.
Entretanto, a Azores Airlines também já tem programado o Verão a partir de Ponta Delgada para os EUA e Canadá. Utilizando o Airbus A321, a Azores Airlines irá voar diariamente da ilha de São Miguel para Boston; seis vezes por semana para Toronto e cinco vezes por semana para o aeroporto JFK, em Nova Iorque. Para Montreal, os voos irão realizar-se com uma periodicidade semanal.

Câmara do Comércio de Ponta Delgada “fica satisfeita com qualquer decisão que seja racional e sustentável para os Açores”

Contactado pelo Correio dos Açores, o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada afirmou que “a única coisa que esperamos das operações que a SATA venha a executar no futuro é que sejam rentáveis”.
Mário Fortuna considera igualmente que “esta é uma programação da inteira responsabilidade do Conselho de Administração e é o Conselho de Administração que terá de responder perante o accionista e perante a sociedade açoriana, em geral, em relação a estas opções. A SATA é uma empresa pública que foi saneada muito recentemente e que, para se manter no futuro, terá de se manter de forma racional, senão vai ter de fechar”.
Concretamente sobre o aluguer de uma aeronave para a operação de Verão a partir da aerogare das Lajes, o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada afirma que “só podemos presumir que seja um aluguer ponderado, racional e que contribua de forma positiva para o futuro da empresa”.
“Quem tem de aferir se traz vantagens ou desvantagens para a companhia é o Conselho de Administração. Fica esta responsabilidade sob o Conselho de Administração porque é ele que tem, naturalmente, toda a informação necessária para tomar uma decisão desta natureza”, reforça.
A finalizar, o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada garante que esta fica “satisfeita com qualquer decisão que seja racional e sustentável para os Açores. Protesta em relação a qualquer decisão que não seja sustentável porque isso vai recair sobre a população dos Açores em geral, o que não é aceitável. Somos a favor da racionalidade que nos permita ser sustentáveis hoje, amanhã e depois. É bom que tenhamos presente que estamos num processo de saneamento que advém de decisões que não foram racionais”.
                                     
Luís Lobão   

 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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