Presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe está contra a venda do Cineteatro Miramar

 A Direcção do Teatro Micaelense pretende colocar à venda em hasta pública o Cineteatro Miramar, o único espaço cultural existente na Vila de Rabo de Peixe. A comunidade local, assim como o presidente da Junta de Freguesia, Jaime Vieira, mostram-se contra a venda deste espaço.
“Nós não concordamos, não aceitamos e não podemos ficar parados relativamente a esta situação. O Cineteatro Miramar é o único espaço cultural que temos em Rabo de Peixe, onde as nossas associações podem desenvolver as suas acções culturais, onde podemos falar acerca da cultura e vivê-la. Com a venda deste edifício, ficaremos despidos de qualquer infra-estrutura onde se possa desenvolver a cultura em Rabo de Peixe”, adiantou Jaime Vieira. 
Jaime Vieira acrescentou que o Cineteatro Miramar é de extrema importância para as gentes da vila por ser “o espaço onde a Escola de Música em Rabo de Peixe ensina, de forma gratuita, a todos os seus formandos”, assim como por ser o único local que existente “para realizar palestras, serões culturais, actuações de bandas musicais, lançamento de livros, entre outras actividades”.
“Não temos nenhum espaço que seja similar ou que possa substituir o Cineteatro Miramar, pelo que retirar este espaço a Rabo de Peixe é despir-nos do único local que temos para desenvolver acções relacionadas com a cultura”, vincou Jaime Vieira. 
O Cineteatro Miramar encontra-se aberto ao público desde 25 de Abril de 2004, tendo resultado, segundo Jaime Vieira, “de uma das grandes intervenções dos fundos EFTA”. “Requalificaram e dotaram Rabo de Peixe de um importante espaço, o Cineteatro Miramar, que construído para preencher uma lacuna existente na freguesia, a nível cultural”, afirmou o autarca. 
O Presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe mostra-se apreensivo com a venda por não saber quem será o comprador, nem que finalidade este dará ao espaço, adiantando que a sua intenção é que a vila cresça mais: “Como Presidente de Junta de Freguesia de Rabo de Peixe não posso aceitar correr este risco.Queremos aumentar as valências que temos em Rabo de Peixe, desejamos criar museus, centros interpretativos, entre outros, pelo que não podemos ficar sem aquilo que já temos.”
Jaime Vieira realça que Rabo de Peixe é “a única vila do Concelho da Ribeira Grande, com cerca de 10 mil pessoas, a conviver com mais de 40 associações e, por isso, não faz sentido ficar sem aquele espaço.”
No entanto, o autarca mostra-se esperançoso em alcançar uma solução favorável e alternativa à venda em hasta pública do Cineteatro Miramar: “Estou a aguardar ainda uma resposta por parte da Presidência do Governo, mas estou convicto de que esta situação será revertida, isto é, o Governo Regional está a inteirar-se da situação e creio que irá impedir que esta venda se verifiquepara o bem da cultura em Rabo de Peixe”, reiterou o Presidente da Junta de Freguesia. 
Jaime Vieira adianta que uma possibilidade, que se encontra “em cima da mesa”, prende-se com a “Câmara Municipal da Ribeira Grande ficar com o Cineteatro Miramar, através de uma cedência a 20 ou a 30 anos, pois a autarquia da Ribeira Grande entende a importância desta infra-estrutura para Rabo de Peixe”, avançando que “o ideal seria que se pudesse passar a gestão para a Junta de Freguesia, mas com algum envelope financeiro, porque uma junta de freguesia não tem capacidade financeira ou logística para ficar com um teatro desta envergadura.”
“Se analisarmos o que está em causa, não temos muitas alternativas a não ser entregar o Cineteatro Miramar à Câmara Municipal da Ribeira Grande, para que este continue a dar uma resposta à nossa Vila, às nossas associações, bem como às crianças e aos muitos jovens que se servem daquele espaço como uma ferramenta importante para o seu crescimento cultural e social”, concluiu Jaime Vieira. 
                               
Carlota Pimentel 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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