Comissão de Segurança e Integração Social de São Pedro toma posse com o objectivo de ajudar no combate à insegurança e problemas sociais

A já anunciada Comissão de Segurança e Integração Social da Freguesia de São Pedro tomou posse no final da tarde Quarta-Feira na sede da Junta, em Ponta Delgada. Para além das instituições políticas (Junta de Freguesia, Assembleia de Freguesia e Câmara Municipal de Ponta Delgada), integram igualmente este recém-criado órgão consultivo as várias forças de segurança (Polícia Judiciária, Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana e Polícia Municipal) e associações de cariz social como a ARRISCA, Associação Novo Dia, Associação de Juventude Aprender a Viver, UMAR, APAV e a Casa de Saúde de São Miguel. O objectivo da Comissão passa por “trabalhar no terreno” com o intuito de tentar debelar os problemas sociais e de insegurança da freguesia, revelou José Manuel Leal.    
“Há uma vontade de começar a trabalhar. Não só através de relatórios e de estudar os casos, mas começar a colocar em prática e de alcançar resultados”, referiu o Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro.
O autarca reforçou “a ideia é que esta não seja apenas mais uma Comissão” e destacou que essa abordagem terá de ser realizada “de uma forma multidisciplinar, com intercâmbio de conhecimentos e de actuações”.
José Manuel Leal demonstrou a sua satisfação pela instalação deste órgão consultivo “em que todas as forças trabalharão em conjunto”.
“Vai ajudar o Presidente da Junta a ter um conhecimento mais aprofundado, mais científico e mais real das questões”, realçando que, pela sua dimensão, “com quase 8.000 habitantes”, e pelas suas características muito próprias, torna-se difícil conhecer todas as problemáticas existentes na freguesia.
“Para além dos residentes, há uma população flutuante muito elevada de estudantes universitários, de empresários, de pessoas que vêm de fora e de turistas, já que é onde existe a maior concentração hoteleira dos Açores (…) O Presidente de Junta não pode ter a soberba de dizer que sabe de tudo e que conhece bem a freguesia. Tem de se aconselhar junto de quem anda no terreno todos os dias e de quem conhece, com dados científicos, outras realidades e as problemáticas da própria freguesia”, reforçou.
José Manuel Leal considera também que esta Comissão será “uma mais valia para os moradores”, mas alertou, tendo em conta a complexidade dos problemas, que “tudo isto leva o seu tempo”.
“Estamos a falar de problemas sociais, de pobreza, de exclusão social, de toxicodependência, de criminalidade ou prostituição. Alguns deles porventura nunca se resolverão totalmente e temos de ter noção de que existem aqui problemas antigos e que vamos tentar debelar ou atenuar”, confessou.
O Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro sublinhou igualmente que esta ‘caminhada’ terá de ser realizada com “as outras freguesias do concelho”
“Estamos integrados numa cidade e numa ilha. Não podemos esquecer que daqui (São Pedro) a São Roque ou à Fajã de Baixo é um passo. Não estamos fechados no interior de uma muralha, portanto, essas medidas que possam sair em futuras reuniões da Comissão têm de ser enquadradas naquilo que é o Conselho Municipal de Segurança ou nas acções do Governo Regional”, referiu.
Apesar disso, entende que podem ser tomadas algumas acções “localmente que atenuem a insegurança que as populações sentem actualmente. Leva tempo e pedimos que as pessoas tenham alguma paciência porque os resultados podem não ser imediatos”.
Sobre a periodicidade de reunião desta Comissão de Segurança e Integração Social da Freguesia de São Pedro, José Manuel Leal explicou, pese embora o regulamento ainda não tenha sido aprovado, que a sua proposta passa por reuniões trimestrais.
“Mas reunirá para trabalhos. Existirão também reuniões pontuais entre a Junta e algumas instituições. Considero que de três em três meses é um prazo razoável para reunir as várias forças presentes na Comissão”, salienta.

“Já não existem zonas limpas”
de toxicodependência
Relativamente ao cenário actual que se vive nesta freguesia da cidade de Ponta Delgada, o Presidente da Junta admite que apesar de em algumas zonas “até se poder ter atenuado”, o problema é que se “houve uma expansão e já não existem zonas limpas”.
“No Bairro das Laranjeiras não se agravou, mantém-se ou até pode ter diminuído, mas na Mãe de Deus e São Gonçalo, agravou-se um pouco. Ou seja, houve uma propagação para outras zonas que antigamente estavam mais salvaguardadas, sem casas abandonadas devassadas e agora isso já existe por toda a freguesia. Nos focos mais assinalados nota-se que não há um crescimento de criminalidade, consumo ou tráfico. Em alguns locais, pontualmente até diminuiu. Na zona da Calheta ou Pranchinha até pode ter crescido um pouco”, especifica.
Numa outra vertente e referindo-se à Comissão, José Manuel Leal revelou a intenção de “convidar pontualmente grupos de moradores de certas zonas, para estarem presentes e também dizerem de sua justiça. De futuro, as portas estão abertas a esse tipo de presenças”.
O Presidente da Junta de Freguesia demonstrou a sua satisfação com a instalação da Comissão de Segurança e Integração Social e espera ter, “mais dados concretos na próxima reunião. Não tenho dúvidas disso”.                                                                                 

Luís Lobão

 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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