Meus Queridos! A minha prima Maria da Praia telefonou-me Quinta-feira passada para confirmar se há tempos atrás o Governo Regional, através da Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infra-estruturas… Tinha ou não… Anunciado que ia ser feito um estudo para o transporte de mercadorias inter-ilhas, com vista “à construção de um verdadeiro mercado interno”… Fui consultar os meus apontamentos e na verdade, tal anúncio foi feito por Berta Cabral na Assembleia Legislativa, quando respondia a perguntas apresentadas pelo Deputado da Iniciativa Liberal… A Secretária Regional acrescentou que o caderno de encargos estava a ser ultimado… E Maria da Praia estava certa quanto à promessa feita por Berta Cabal, mas diz ela que até agora… Que se saiba…. O estudo ainda não viu a luz do dia… E de repente aparece agora publicado em Diário da República o Decreto Legislativo Regional n.º 11/2023/A que cria o Programa SIFROTA - Sistema de Incentivo à Renovação das Frotas dos Operadores de Tráfego Local da Região Autónoma dos Açores, e que terão um incentivo para as despesas com aquisição de embarcações, novas ou usadas, ou a modernização das existentes, destinadas à renovação das frotas adstritas à operação de tráfego local, que correspondam aos custos médios do mercado que reveste a forma de apoio não reembolsável de 75 % do total do investimento. Maria da Praia diz que apesar de não estar concluído o estudo mandado fazer pela Secretária Berta Cabral sobre o futuro transporte marítimo de mercadorias… nos… dos… e para… Os Açores, com o apoio não reembolsável, de 75% do total do investimento agora aprovado… Ela pensa já montar uma empresa de transporte marítimo para aproveitar tão generosa dádiva do Governo por obra e graça do IL… De quem se julga ser o “pai” da criança chamado SIFROTA… São sortes meus queridos…
Meus queridos! Ponta Delgada faz hoje 477 como cidade. Daqui da minha cidade-norte, mando um ternurento beijinho a quem tem nas mãos os destinos da cidade maior dos Açores e a quantos ainda têm coragem de nela morar, especialmente no seu centro, que tem sido, ao longo dos tempos vítima de tantas visões imediatistas e pouco ligadas com os valores da história e que quase a desertificaram. E em dia de aniversário ficam os meus votos para que a construção do futuro seja feita em diálogo com todos, sem egos e vaidades, porque todos passamos, desde os edis aos moradores, empresários e trabalhadores, mas a cidade fica e o que importa mais do que o que vivemos é o que deixamos às gerações vindouras. Parabéns, Ponta Delgada, e que comece o caminho rumo aos 500 anos…
Meus queridos! Fiquei banzada quando li no velhinho e sempre renovado Diário dos Açores que o Governo Regional dos Açores vai construir em Terras de Vera Cruz, lá para os lados do Rio Grande do Sul, nada mais, nada menos que dez centros culturais açorianos, “espaços de exposição permanente de acervo cultural representativo da identidade açoriana, desde o artesanato até aos livros”. O anúncio foi feito pela minha querida Secretária da Educação, Sofia Ribeiro na sua viagem relâmpago ao Brasil para os 270 anos do “povoamento açoriano” daquelas paragens. Num tempo em que o pilim escasseia e em que tantas escolas por cá quase caem de podres, como a Antero de Quental, que já levou alunos e pais à rua, vamos construir dez centros açorianos no Brasil… Se isto não foi promessa de momento no fervor da viagem é caso para dizer que a “identidade cultural” que devia começar em casa, está mais ao serviço desses devaneios de viagens e passeios por tudo quanto é sítio com argumento de Comunidades que pouco mais é que consolo para quem viaja nesse forrobodó de sempre os mesmos para a frente e para trás… Passa fora!
Ricos! Há coisas que não me entram na cabeça. Todas as vezes que vou a Ponta Delgada para entregar os meus recadinhos ao simpatiquérrimo Director do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, e se tenho um pouco de tempo, gosto de dar uma voltinha pelo Jardim António Borges, um dos nossos ícones botânicos e que tantas recordações me traz dos meus tempos de rapariga estudante em que lá íamos para estudar e também para nos divertirmos. E esta semana fiquei doente com o que por lá vi e que é fruto dessa onda de vandalismo a que nada escapa. Ainda há pouco tempo todas as árvores receberam as suas novas placas descritivas da sua identidade e origem, fruto do trabalho de uma equipa liderada por Raimundo Quintal e Teófilo Braga… Agora, boa parte dessas placas está simplesmente vandalizada, partida ou arrancada dos seus lugares. Num jardim que é ou devia ser vigiado, não sei como é possível tal onda de destruição, mas que é uma vergonha para a cidade, é… E o pior é que já vai faltando força para lutar contra esta situação que alguns, ainda por cima, teimam em menorizar e fazer de conta que são casos isolados… Estamos mal quando nem os jardins escapam…
Ricos! E já que estou a falar em vandalismo, também me lembrei da arte dos roubos que por cá vai ganhando contornos esquisitos… Num dia desta semana, contou-me a minha prima Jardelina que para os lados da Vila Faia, ali para a Rocha Quebrada, num minimercado ali existente, os larápios não estiveram com meias medidas… Levaram a máquina de tabaco… Cheinha dele e de dinheiro. Gente que não dobra as costas para trabalhar mas carrega que é um luxo… Mais fino é o figurão que achou uma maneira prática de roubar os livros em exposição para venda na Loja dos CTT na Antero de Quental. O dito cujo comprava um envelope, endereçava-o com o seu nome… Passeava pela zona dos livros e sub-repticiamente metia um no envelope e depois, com toda a calma, expedia-o para si mesmo… Ficava com o livro pelo preço da taxa de correio editorial… É obra!
Meus queridos! A minha prima da Rua do Poço que todos os dias continua com medo de passar ali no canto da Rua do Negrão com a obra parada e com o passeio incompreensivelmente ocupado por andaimes e rede, sem que a Câmara faça nada, telefonou-me esta semana para me dizer que finalmente tinham arrancado o matagal de ervas na Rua Eng.º José Cordeiro, mesmo ao lado de onde era o antigo M Costa e que agora está um brinquinho. E ela pediu-me para eu, nos meus recadinhos, tentar saber a quem compete arrancar o ervaçal ao fundo da primeira Travessa, encostado ao Hotel Azor que agora é Octante e que já vai com quase um metro de altura… Será que aquele passeio que virou parque de popós é mesmo terra de ninguém? Basta passar por lá e ver. E a minha prima até já tirou fotos…
Meus Queridos! Falando ainda de coisas desagradáveis, na Rua João Melo Abreu há um prédio antigo com três andares que está vago e o seu proprietário já foi avisado que o edifício está a servir de albergue a várias pessoas que por ali passam e vêm a porta aberta a convidar para entrarem, como seja espaço conquistado e pronto para todo e qualquer uso…. O edifício fica em frente à rua que desce para sul e vai ter à rua do Calhau onde ficam as traseiras da Marina Hotel. Na Rua Melo Abreu passam muitos jovens que frequentam as escolas da cidade, e muitos deles fizeram chegar um alerta através da professora e minha amiga que pediu anonimato, porque os jovens estudantes sentem-se inseguros na ida e na vinda para as suas moradas na freguesia de São Pedro… Igual apoquentação sente a vizinhança daquelas redondezas porque o edifício é antigo e pode acontecer uma desgraça provocada por várias pontas de cigarros e afins… Que são suficientes para pegar um rastilho. Espero que depois deste alerta a Câmara do meu querido Presidente Pedro do Nascimento intime o proprietário do imóvel, e obrigue a emparedar a porta e as janelas antes que seja tarde….
Ricos! A minha prima Maria da Praia ligou-me esta semana para me dizer que lá para os lados da cidade-património vai uma discussão danada por via da localização da nova Praça, não, não é de touros, mas sim o mercado municipal que a edilidade quer levar para o Bailão e a oposição diz que deve haver outros lugares melhores. Isto quer dizer que quando se trata de mercados, parece que o enguiço é comum a todos os lados. Mas o que eu vejo é que se calhar Angra ainda vai ter mercado novo antes que Ponta Delgada tenha o seu remodelado, porque pelo andar da carruagem é quase um milagre de São Pedro e São Sebastião se o dito cujo for inaugurado no mês de Agosto. E entretanto o martírio de clientes e vendedores quase que se vai tornando um hábito, porque, na verdade, o ser humano é capaz de se habituar a tudo quanto seja ruim!
Meus queridos! Ainda não me senti atraída, nem com vontade de andar por aí nas redes sociais, mas vou vendo alguma coisa que a minha sobrinha-neta me vai mostrando. Na passada semana foi o banzé de um grupo de pessoas que pareciam bem orquestradas, porque o HDES estava com ordenados em atraso. Se bem entendi, era para receber no dia 21 e um dia ou dois depois ainda não estava na conta. Eu que depois de estar reformada dos meus quarenta anos de serviço na Caixa me habituei a receber a reforma no dia 8 do mês seguinte ainda não entendi por que motivo não uniformizam as coisas para pagar os ordenados nos últimos dois ou três dias do mês… Eu sei que há sempre o tal ciclo de 30 dias entre cada recebimento, mas a confusão que se instala é uma dor de cabeça para muitos… Os que protestam por um dia de atraso deveriam era trabalhar em empresas onde é preciso “fazer dinheiro” para pagar ordenados… Talvez vissem a vida de outra maneira. A não ser os protestos por um dia de atraso no pilim tenham outros motivos… Que a razão desconhece…. E já agora muito gostava de entender por que motivo a Administração do Divino louvou duas pessoas por via da Covid e não louvou as restantes… Nessas coisas não pode ficar tudo em família, penso eu! Se eu tivesse lido o louvor ontem, diria que era peta, mas o dito cujo tem data de Fevereiro…