O Governo Regional dos Açores criou um Grupo de Trabalho com o objectivo de proceder à publicação da obra completa de João Bosco Mota Amaral.
No Despacho da Presidência do Governo, publicado em Jornal Oficial, é destacado que João Bosco Mota Amaral “é, indubitavelmente, uma figura incontornável e da maior relevância para a memória da vida social, económica e política contemporânea da Região Autónoma dos Açores, assim como do processo autonómico, atendendo à sua participação activa na definição e redacção dos preceitos da Autonomia Política e Administrativa”.
Para além de ter exercido “cargos da mais alta relevância e distinção” como Deputado à Assembleia Constituinte, Presidente do Governo Regional dos Açores, Deputado à Assembleia da República, Presidente da Assembleia da República ou Conselheiro de Estado, este Despacho salienta que João Bosco Mota Amaral “é autor de livros, capítulos de livros, artigos e demais escritos que, actualmente, se encontram dispersos ou indisponíveis, mas que, pela sua reconhecida importância social e cultural para a Região Autónoma dos Açores, cumpre reunir, organizar e, posteriormente, publicar”.
Considerando “a importância da organização e compilação do espólio documental”, o Governo dos Açores entende ser necessária para a execução desta tarefa, “a alocação exclusiva de recursos já que aos serviços existentes não é possível assegurar” por si só este trabalho. Assim, é então criado um Grupo de Trabalho “especialmente dedicado à Obra Completa de João Bosco Mota Amaral, visando a publicação dos escritos e obras daquele autor, que se revelam da maior importância social e cultural, para a Região Autónoma dos Açores”.
Este Grupo de Trabalho será coordenado por Carlos Amaral, Catedrático da Universidade dos Açores, e terá como restantes elementos: Isabel Cogumbreiro Garcia, Directora da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada; João Paulo Constância, Director do Museu Carlos Machado; Elisabete Raposo, Coordenadora da Comissão Coordenadora para os Arquivos da Região Autónoma dos Açores e Odília Gameiro, Chefe de Divisão de Arquivos da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
A metodologia de trabalho deste Grupo agora criado, e indicado pelo período de dois anos, deverá assentar em três momentos. O primeiro deles “corresponde à organização e descrição do arquivo, com um prazo estimado de 12 meses contados da data de entrada em vigor do presente despacho” e consiste na “recolha da obra completa do doutor João Bosco Mota Amaral” e no “tratamento arquivístico do espólio depositado na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, bem como no Arquivo da Presidência do Governo Regional, visando a selecção dos materiais a integrar na publicação, bem como a respectiva digitalização e edição”, pode ler-se em Jornal Oficial.
Num segundo momento, relativo aos “6 meses subsequentes”, deverão ser preparados os “volumes temáticos”, nomeadamente através da “fixação de uma grelha de organização dos textos, permitindo a respectiva agregação em núcleos de temática; identificação do número de volumes a publicar e a identificação dos coordenadores de cada volume, intervenientes na tarefa de redacção da introdução do respectivo volume”.
Finalmente, nos últimos 6 meses, deverão ser ultimados os “detalhes finais e publicação dos diversos volumes, tanto em suporte papel como em formato digital que integram a Obra Completa de João Bosco Mota Amaral”.
Ainda segundo o Despacho publicado em Jornal Oficial, este Grupo de Trabalho, que não irá auferir “qualquer remuneração adicional pelo exercício dos respetivos cargos e funções no mesmo”, contará com o apoio directo de João Bosco Mota Amaral “para o desenvolvimento dos respectivos objectivos fixados no presente despacho”.
Luís Lobão