Foi em clima de festa que, mais de três anos após o início dos trabalhos de requalificação, a Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe foi oficialmente inaugurada. Para além das entidades políticas da Vila de Rabo de Peixe e da Ribeira Grande, estiveram presentes na cerimónia de ontem, a Secretária Regional da Educação e Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro; a Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral e o Presidente do Governo Regional dos Açores. Precisamente José Manuel Bolieiro admitiu à comunicação social que este “é um dia de alegria e de grande esperança”.
Destacando o facto de esta nova estrutura proporcionar “melhores condições” ao parque escolar que envolve as freguesias de Rabo de Peixe, Pico da Pedra e Calhetas, o Presidente do Governo Regional realçou igualmente a “excelente qualidade” da nova Escola Básica Integrada da Vila de Rabo de Peixe.
“É uma estrutura boa que ajudará que professores, na sua vocação de ensino, e alunas e alunos, na sua vocação de aprendizagem, possam encontrar um ambiente qualificado para a sua concentração e motivação para o sucesso”, referiu.
Relativamente ao sector da educação, Bolieiro admitiu a existência de “muitos índices para vencer”, realçando que “o abandono escolar precoce ainda é gravoso” nos Açores. Apesar dessa evidência, o governante considera ser importante continuar a investir no sistema educativo da região.
“Precisamos avançar e garantir aquilo que tenho dito; o futuro trata-se no presente e é com este presente que estimulamos um futuro de sucesso”, garante.
A nova Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe conta com 48 salas de aula, incluindo laboratórios e oficinas, bem como um renovado espaço desportivo exterior. A intervenção realizada em mais de 5000 m2 de área ultrapassou os 20 milhões de euros, um valor que, segundo José Manuel Bolieiro, se justifica tendo em conta os vários condicionalismos vividos nos tempos recentes.
“É o que é até porque a construção desta escola teve muitas condicionantes tendo em conta que as obras se iniciarem em Janeiro de 2020 (…) várias crises, constrangimentos de preços e também de disponibilidade de mão de obra e de matéria. A verdade é que a qualidade da escola justifica também o seu investimento. Creio que este investimento é justo e merecido para esta comunidade educativa e sobretudo para o atingimento dos objectivos que nós temos que são os de mais inclusão e mais sucesso educativo”, explica.
Questionado sobre a eventual carência de pessoal auxiliar nas escolas públicas da região, o Presidente do Governo Regional admitiu “algum absentismo inesperado na gestão dos recursos humanos disponíveis”.
“Perante a casuística das situações vamos, com certeza, resolvê-las de acordo com as necessidades. Os casos que vão surgindo são, muitas vezes, resultantes de um absentismo que também precisa de ser fiscalizado (…) Fazemos tudo para ir resolvendo problemas”, reforçou.
Bolieiro salientou, já numa outra vertente, que o Governo fez “o que devia ser feito e com vantagem porque reduzimos o número de alunos por turma”.
“Estamos a fazer tudo para promover o sucesso educativo”, garantiu.
Relativamente ao clima de contestação dos professores sentido em Portugal continental, o Presidente do Governo Regional sublinhou as diferenças existentes comparativamente aos Açores.
“Nós, nesta política de prioridade governativa que foi para a educação, apostamos sobretudo na componente do ensino e em valorizar o docente; dando-lhe dignificação no evoluir da sua carreira, estabilidade no seu vínculo laboral e sobretudo motivação para o sucesso de ensino. Estamos convencidos que, também com o apoio que estamos a dar ao aluno no lado da aprendizagem; no acesso desde logo à gratuitidade dos manuais; performance relativamente à transicção digital (…) podemos dar passos significativos no sucesso educativo e na inclusão social”, realçou.
Ainda a este respeito, José Manuel Bolieiro admitiu mesmo que “os Açores podem ser um caso de estudo”.
“Para podermos ter uma política publica de educação no país muito mais colaborante com aqueles que são os seus actores principais - a própria comunidade educativa - mas, também não deixo de reconhecer que os Açores ao longo de tantos anos ficaram para trás no que diz respeito à alavanca do sucesso educativo e ainda temos muito para percorrer para atingirmos as melhores médias nacionais e comunitárias”, referiu.
Frequentam a Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe cerca de 2000 alunos das freguesias de Rabo de Peixe, Pico da Pedra e Calhetas.
Luís Lobão