Cabaz de produtos monitorizados pelo Governo volta a subir de preço entre os meses de Fevereiro e Março

O cabaz alimentar de 15 produtos monitorizados pelo Governo Regional dos Açores aumentou de 109,79€ para 111,02€ (+1,23€) entre os meses de Fevereiro e Março deste ano. Os dados constam do Relatório de Acompanhamento e Monitorização de Preços Vigiados e ainda não contemplam os efeitos do IVA zero. Se a comparação for efectuada relativamente à primeira semana em análise neste Relatório (31 de Outubro a 4 de Novembro), verifica-se um aumento ainda mais acentuado já que nessa data o preço médio deste mesmo cabaz fixava-se nos 107,66€.
Neste relatório publicado mensalmente pela Direcção Regional do Empreendedorismo e Competitividade, explica-se que “foi feito o acompanhamento e monitorização dos preços praticados numa amostra formada a partir de um conjunto total de 462 estabelecimentos”. Deste número total de estabelecimentos, 5 pertencem à ilha do Corvo; 13 à Graciosa; 14 situam-se em Santa Maria, 22 na ilha das Flores, 24 em São Jorge, 34 no Faial, 39 encontram-se na ilha do Pico, 81 na Terceira e 230 estabelecimentos na ilha de São Miguel.   
O cabaz analisado de 15 produtos é composto por arroz agulha (1 kg); esparguete (500 g); farinha tipo 65 (1 kg); manteiga (250 g); ovos da classe L (1 dúzia); queijo flamengo e ilha (1 kg); papo seco (1 unidade); frango inteiro s/miúdos fresco (1 kg); frango inteiro s/miúdos congelado (1 kg); alcatra novilho fresco (1 kg); pojadouro novilho fresco (1 kg); lombo novilho fresco (1 kg); lombinho suíno fresco (1 kg); costeleta de cachaço suíno fresco (1 kg) e perna de suíno fresco (1 kg).   

Produtos que mais subiram
de preço entre Fevereiro e Março
Dentro deste cabaz de alimentos, e comparando a última semana de Fevereiro com o mesmo período de Março, atenta-se que os maiores aumentos ocorreram nos preços das carnes. Por exemplo, um kg. de lombinho de porco subiu em média 88 cêntimos, passando a custar 11,89€ quando no mês anterior era vendido a 11,01€. Também o kg. de alcatra de novilho e do frango inteiro congelado sem miúdos passaram, respectivamente, de 13,23€ para 13,53 € (+30 cêntimos) e de 3,51€ para 3,65€ (+16 cêntimos). Os outros aumentos médios de preços registaram-se na dúzia de ovos (de 3,18€ para 3,64€) e no kg. de queijo flamengo (11,52€ para 11,60€). Mas existem igualmente produtos que seguem uma tendência de decréscimo de preço médio, destacando-se a esse propósito o kg. de pojadouro de novilho que, em Março, custava 12,03€ ao invés dos 12,65€ do mês anterior. O frango inteiro sem miúdos fresco, com uma descida de 3,88€ para 3,79€, e a manteiga, que passou a custar 2,34€ (- 3 cêntimos do que em Fevereiro) são outros produtos onde se registou um decréscimo de preço.  

Diferenças de preços pagos por ilha
Este relatório, como já explicado anteriormente, realiza o acompanhamento e monitorização de preços médios nas nove ilhas dos Açores. Nessa medida, é possível constatar uma grande variação do montante pago por cada um dos 15 produtos nas diferentes ilhas dos Açores e começando esta análise pelo arroz agulha, verifica-se que na Graciosa é onde se paga em média mais por um kg deste produto (1,58€). Já os estabelecimentos comerciais de São Jorge, são aqueles onde em média se despendia menos por este produto (1,17€).
Relativamente ao esparguete (500 g), os consumidores da ilha de São Miguel são aqueles que podem comprar este produto a um preço mais baixo (0,84€) enquanto os do Corvo são os que pagam mais (1,30€).
Esta tendência mantém-se igualmente no que diz respeito à farinha 65, com os corvinos a terem de pagar em média 1,67€ por um kg. enquanto em São Miguel o preço desse produto se situava nos 0,92€.
Mas desengane-se quem pensa que os consumidores micaelenses são os que pagam em média um valor mais baixo pelos produtos deste cabaz, isto porque no caso da dúzia de ovos classe L, despendem em média 3,67€. Em sentido inverso, as ilhas onde se podem encontrar os ovos mais baratos são o Pico e o Faial (2,79€).
Nos lacticínios, concretamente no queijo e na manteiga, os preços médios mais altos praticados encontram-se em Santa Maria e Corvo, respectivamente a 14,64€ e 2,88€, enquanto as ilhas da Graciosa (10,06€) e Santa Maria (2,29€) são as ilhas com preços mais baixos nestes produtos.
No caso do papo seco, o mais caro encontra-se na ilha de São Jorge (0,33€) e o mais barato no Pico (0,20€).
Entrando na análise às carnes, e muito concretamente à de aves, o frango inteiro sem miúdos fresco é mais caro na ilha Terceira (5,09€ kg) enquanto o mais barato pode ser encontrado na ilha das Flores (3,25€). Já no caso do frango inteiro congelado o seu preço médio varia entre o máximo de 4,60€, no Corvo, e o mínimo de 3,35€ em São Jorge.
Na carne de vaca, o kg. de alcatra de novilho mais caro é adquirido nas Flores (15€) enquanto o mais barato encontra-se em São Jorge (8,99€); o kg. de Pojadouro mais barato continua a ser em São Jorge (também a 8,99€) e vendido a um preço mais elevado na ilha do Faial (12,49€). Finalmente, o kg. de lombo de novilho é vendido em média a 29,99€ no Faial e São Miguel, enquanto o mesmo produto está avaliado em 15,90€ na Graciosa.
No caso da carne de suíno, os três produtos avaliados neste cabaz (1kg de lombinho, costeleta de cachaço e perna de porco) apresentam variações de preços, respectivamente, entre 17,50€ nas Flores e 9,76€ no Pico; 7,77€ nas Flores e 6,19€ no Faial; e entre o máximo de 10,75€ nas Flores e o mínimo de 4,99€ em São Jorge.
                                           

Acções realizadas pela IRAE levam à instauração
de 18 processos de inquérito nos Açores   
realizou 93 acções desde Fevereiro

Em resposta a um requerimento apresentado pelo Chega, o Governo Regional informou que a Inspecção Regional das Actividades Económicas (IRAE) realizou 93 acções de inspecção no âmbito do seu Programa Operacional.
“45 acções inspectivas na ilha de São Miguel, 20 na ilha Terceira, 10 na ilha do Pico, 15 na ilha do Faial e 8 na ilha de Santa Maria, o que levou à instauração de 18 processos de inquérito”, pode ler-se. Destas inspecções, revela ainda este documento, “foram levantados 14 autos de notícia em São Miguel, na ilha Terceira 1 auto de notícia e 3 autos de notícia na ilha do Pico, todos pela prática de especulação por violação do regime de margens de comercialização fixadas ou por vender ou prestar serviços por preço superior ao que conste de etiquetas, rótulos, letreiros ou listas, elaborados pela própria entidade vendedora ou prestadora do serviço”.
Estas operações, explica a resposta a este requerimento, “materializa-se na realização de um cabaz de compras fictício com, no mínimo, 5 produtos aleatórios para verificação do preço afixado e o preço que é “passado” na caixa, bem como na verificação e na escolha de um produto com margem fixada e verificação ou não da prática de especulação nesse mesmo produto”.
É ainda realçado que, para além dos trabalhos realizados no âmbito dos seus planos operacionais, “a IRAE também intervém reactivamente na sequência da apresentação de reclamações pelos consumidores”.
                                                           

Luís Lobão

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Autor: CA

Categorias: Regional

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