A equipa da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Nordeste, denominada Nordeste Rescue Team, foi a única dos Açores que participou no campeonato nacional, na vertente de salvamento e desencarceramento, que ocorreu de 28 a 30 de Abril em Vila Velha de Rodão.
João Fagundo, adjunto de Comando dos Bombeiros Voluntários do Nordeste, explica que a equipa de desencarceramento, composta por seis elementos, foi formada o ano passado especialmente para participar na competição. Antes, já tinham participado em algumas competições na vertente de trauma, no entanto, na vertente de salvamento e desencarceramento 2022 foi o ano de estreia da equipa dos Bombeiros Voluntários do Nordeste no campeonato nacional. João Fagundo afirma que o propósito de “formação desta equipa foi também colmatar algumas lacunas sentidas pelos bombeiros do Nordeste, em termos de salvamento e desencarceramento.”
No ano passado, a equipa foi apurada para o Campeonato Mundial de Salvamento que teve lugar no Luxemburgo, no qual marcou presença, representado o país.
“Este ano, demos continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver desde o ano passado”, diz João Fagundo, adiantado que em termos classificativos a equipa ocupou o quarto lugar da tabela na prova standard e o oitavo na prova complexa, ficando em sétimo lugar na classificação geral.
O adjunto de Comando dos Bombeiros Voluntários do Nordeste mostra-se satisfeito com os resultados, tendo presente todas as dificuldades com que a equipa se deparou: “Todo o trabalho de treino e preparação é feito voluntariamente, no tempo em que não estamos de serviço, porque nem todos os elementos são bombeiros assalariados. Alguns têm outras profissões, por isso o treino é sempre feito nos tempos livres, em regime de voluntariado”, refere João Fagundo, realçando que “vamos competir com bombeiros municipais e sapadores, e eles são dispensados do seu trabalho e das suas funções para se prepararem e treinarem para o campeonato.”
Embora seja “muito mais complicado e desafiante para nós, a vitória é estarmos lá, apresentando uma equipa açoriana na vertente de desencarceramento”, destaca.
E prossegue: “Por norma, as equipas têm um treinador e alguns elementos suplentes, caso haja algum imprevisto. Tendo em conta que estamos num dos concelhos com menos população da ilha de São Miguel, somos um quartel pequeno e temos um quadro activo reduzido. Se aumentássemos a equipa, o serviço ao quartel ficava comprometido.”
Dos seis elementos que formam a equipa, um é o chefe, outro faz a função de socorrista, havendo um terceiro elemento que desempenha o papel de socorrista e de técnico em provas distintas, e os restantes são técnicos.
Apesar de não terem conseguido apuramento para o campeonato mundial este ano, João Fagundo afirma que o balanço é sempre positivo. No final, o objectivo principal assenta no desenvolvimento de novos conhecimentos e competências, com o intutito de serem partilhados com os restantes operacionais, permitindo um melhor socorro à população: “Somos expostos a várias situações de acidentes de viação, pelo que trazemos connosco mais bagagem e conhecimento para os Açores em geral e para o nosso quartel em particular. O objectivo é passar o conhecimento absorvido no campeonato aos restantes operacionais. No final, o benefício é conseguirmos ser melhores no socorro e melhorarmos a nossa qualidade no serviço prestado. Quem fica a ganhar é a nossa população e as nossas vítimas.”
Além da equipa do Nordeste, que competiu na vertente de desencarceramento, os bombeiros da Praia da Vitória e de São Roque do Pico participaram na vertente de trauma, sendo que a Praia da Vitória alcançou o título de campeã nacional.
Carlota Pimentel