A Federação Agrícola dos Açores lamentou ontem que as medidas do pacto para a estabilização de preços dos bens alimentares, publicadas em Diário da República, “sejam exclusivamente destinados ao sector agrícola continental, não se aplicando desta forma, à Região Autónoma dos Açores”.
A Federação Agrícola, presidida por Jorge Rita, explica que estas medidas “destinam-se a mitigar o efeito da subida dos custos de produção que ocorreram nas explorações agrícolas devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo que, a compensação excepcional e temporária dirigida aos agricultores, bem como os apoios criados para minimizar o aumento dos combustíveis e da electricidade, são mais do que justos.
“Não podemos, nem aceitar, nem tolerar que estas medidas, não sejam extensíveis aos agricultores açorianos, que por estarem ainda mais afastados dos mercados internacionais, têm custos de produção superiores aos que se verificam no continente”, refere-se num comunicado da Federação Agrícola.
No entender do Presidente da Federação Agrícola, Jorge Rita, “estas são medidas claramente discriminatórias e que não contribuem para a unidade territorial nacional, permitindo criar agricultores de primeira e de segunda, o que é inadmissível e inconcebível, num país com as características como o nosso”.
A solidariedade nacional “não pode ser somente um conceito abstracto e oportuno em determinadas ocasiões, porque quando tal se verifica, a descredibilização dos agentes políticos cresce exponencialmente”, reforça a Federação Agrícola
A Federação Agrícola dos Açores aguarda que “seja feita justiça ao sector agrícola dos Açores, pelo que, apelamos ao Presidente da República, ao Governo da República e ao Governo dos Açores que analisem devidamente esta situação e tomem as medidas adequadas capazes de promover a equidade e a igualdade entre todos os portugueses”.