Minimercados Horta Calheta e Horta Lagoa dão primazia à qualidade, mas…

“Saber lidar com o público é também o segredo do sucesso de qualquer negócio”

O nosso entrevistado é um dos sócios dos minimercados Horta, que já está na Rua Engenheiro José Cordeiro, em Ponta Delgada há sete anos e há quatro anos na cidade da Lagoa, mais concretamente na Avenida Infante Dom Henrique.
Horta Calheta e Horta Lagoa são os nomes comerciais de ambos os espaços.
Precisamente sobre ambos os espaços, Aires Ferreira relevou que “o negócio da Horta Calheta tem decorrido normalmente”, mesmo com um concorrente ali nas imediações, que “é de salutar”. Já em relação à Horta Lagoa, “superou as expectativas”, encontrando uma explicação para isso. “Vendemos mais fruta, porque primamos pela qualidade além do preço, que fica em segundo plano, mas também pelo bom atendimento ao público. Saber lidar com o público é uma condição que valorizamos e é o segredo do sucesso de qualquer negócio”.
Saber compreender o público é entender que, naquele momento, ele precisa de atenção, para, desta forma, se sentir confortável a ter uma melhor experiência de consumo. “Deste modo, todos os dias temos novos clientes”, complementou.

A experiência de trabalhar 
em armazéns de fruta

Aires Ferreira só é empresário em nome individual há quatro anos, porque anteriormente “trabalhava em armazéns de fruta”. Assim esteve durante 42 anos “na Anazor, na Frutaria São Miguel e na Líder Frutas”, transportando consigo um conjunto de conhecimentos práticos que agora aplica no negócio que agora também gere como associado.
O saber lidar com a fruta “começa com alguma experiência e depois importa comprar o melhor sem olhar o preço, porque muita gente olha primeiro para o preço, mas faço precisamente o contrário, olho para a fruta e só depois para o preço. A qualidade acima de tudo, porque todos querem vender barato, mas aqui preocupamo-nos só em vender o que é bom”.
Essa qualidade acontece nos dois espaços comerciais, embora reconheça que “a Horta Lagoa tem um maior leque de clientes” do que a congénere da Calheta. “Temos aqui clientes das várias freguesias do Concelho da Lagoa e inclusivamente de Vila Franca do Campo.”

“Um cliente bem atendido regressa”

Ainda em relação ao bom atendimento, Aires Ferreira reforça que “um cliente bem atendido regressa. Podemos ter fruta de excelente qualidade e bons preços em todos os outros artigos que vendemos, mas se o atendimento não for bom, o cliente não volta.”
“Uma boa equipa de trabalho” é também um dos passos para garantir o sucesso. “Aqui na Horta Lagoa conseguimos reunir uma boa equipa de trabalho este ano, onde todos são líderes. Cada um sabe, o que tem de fazer e todos passam por áreas diferentes, desde a limpeza ao caixa, em sistema de rotatividade e por semana.”
A Horta Lagoa vende de tudo um pouco e quando não há “arranja-se sempre”, acrescenta.
Para além da fruta, dos legumes e dos produtos essenciais para a casa ou higiene pessoal, as ervas aromáticas do ‘Mercado das Ervas’ têm o seu lugar de destaque, na Horta Lagoa, mas também os iogurtes, o pão fresco, bolos lêvedos e outras doçarias.
Os clientes locais são os principais 
consumidores

Os turistas vão sempre aparecendo, mas Aires Ferreira salienta, que “os clientes locais são os principais consumidores, na ordem dos 90%.”
Em termos de perspectivas futuras, não está em equação “abrir mais algum espaço noutra localidade, devido à falta de mão-de-obra. Este tem sido um problema recorrente, que só foi ultrapassado este ano com uma excelente equipa de trabalho.”
E porque a Horta Lagoa é o espaço mais recente “se continuar como está já está muito bom. O espaço também não é muito grande, mas estamos felizes com aquilo que temos”. 
Ao todo, e nos dois espaços comerciais são 11, os colaboradores. Cinco na Horta Lagoa e outros cinco na Horta Calheta, mais um elemento para cobrir as férias dos restantes, para não sobrecarregar os colegas que estão a trabalhar e que depois necessitam de férias”. 
O horário de funcionamento, de segunda-feira a sábado, é das 07h30 às 19 horas. Domingos e feriados, das 07h30 às 13 horas.

Natural da Fajã de Baixo começou 
a trabalhar aos 11 anos

Para quem não sabe, Aires Ferreira é natural da Freguesia da Fajã de Baixo. Começou a trabalhar com apenas 11 anos de idade, nas estufas de ananases, nas férias da escola. Mais a sério principiou aos 14 anos, mas aos 17 anos iniciou a sua caminhada em armazéns de fruta, experiência que perdurou durante 42 anos. Mais recentemente optou por se dedicar ao comércio a retalho, que considera ser “muito mais interessante, porque com o tempo cria-se uma relação de amizade com os clientes”.
Fora da esfera do trabalho, Aires Ferreira diz, que “resta-lhe muito pouco tempo para fazer outras coisas” e férias quase que não tem “e só vai poder tirar três dias de férias em Setembro. Foi a escolha que fiz, porque tenho de manter as contas em dia e o trabalho exige a minha presença aqui”, finalizou.

Marco Sousa
 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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