Os vereadores do Partido Socialista lamentaram o actual estado de abandono a que a Câmara Municipal de Ponta Delgada deixou chegar a Alameda Duque de Bragança, mais conhecida por Relvão, para questionar para quando prevê a autarquia “avançar com um projecto de revitalização daquele espaço”.
“Esta zona está interdita desde o passado dia 25 de Março, na sequência da queda de algumas árvores de grande porte e, após terem sido desenvolvidos, também, trabalhos de podas e abate de outras árvores centenárias, cujo relatório técnico da Direcção Regional dos Recursos Florestais alertava para o evidente declínio vegetal e condições fitossanitárias das espécies ali existentes”, frisou o socialista André Viveiros, para salientar que, até agora, “nada mais foi feito”.
Segundo reforça André Viveiros, aquela é uma zona de referência histórica da cidade de Ponta Delgada, onde se desenvolveram diversas actividades sócio-culturais, “mas que actualmente está de portões fechados, com os troncos das árvores abatidas espalhados pelo terreno, num autêntico matagal”.
Recorde-se que o Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada determinou a imediata interdição do Campo Municipal Jácome Correia, respectivo parque de estacionamento e Alameda Duque de Bragança - Relvão, na freguesia de São Pedro, por motivos de segurança. A interdição surge na sequência de um parecer apresentado pela Direcção Regional dos Recursos Florestais – Secretaria Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural que identifica o “inexorável declínio vegetativo” dos Ulmeiros (Ulmus minor Mill) localizados na Alameda Duque de Bragança – Relvão.
A análise efectuada permitiu “detectar com clareza quer algumas inflexões, quer uma baixa resistência da madeira à perfuração. Estes dois fatores apontam para sinais de podridão e/ou problemas internos da madeira e concludentemente baixa estabilidade do lenho”. Na sequência a Divisão de Equipamentos Municipais e Estrutura Verde da Câmara Municipal de Ponta Delgada, acolhendo o parecer emitido pela entidade competente, vai proceder ao abate dos três ulmeiros, devidamente identificados.
Nesse sentido, os vereadores socialistas questionaram a Câmara Municipal de Ponta Delgada quanto a um eventual projecto de revitalização do espaço, que passará, certamente, “pela rearborização e requalificação urbanística”, no sentido de que o mesmo seja devolvido “aos cidadãos de Ponta Delgada, aos estudantes da Universidade dos Açores e aos turistas que por ali passam”.
“Este projecto e respectiva intervenção são essenciais para a preservação e defesa do nosso património, podendo ali voltar a realizar-se, por exemplo, a habitual Feira das Traquitanas ou as Verbenas de São Pedro. Este projecto não se compadece com descuidos e o empurrar para a frente, a ver quem e quando o irá resolver”, defendeu André Viveiros, citado.