Bolieiro anuncia duplicação de postos de atendimento no serviço de hemodiálise do Hospital do Divino

O Presidente do Governo Regional dos Açores anunciou “uma ampliação muito significativa” no serviço de hemodiálise do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada. Nesta que foi a primeira visita de José Manuel Bolieiro ao maior hospital da Região, desde a tomada de posse do novo Conselho de Administração do HDES, presidido por Manuela Gomes de Menezes, o governante explicou que “vamos ter condições de aumentar mais 12 postos de atendimento o que significa uma ampliação muito significativa face à capacidade instalada (24 postos).
Bolieiro adiantou ainda à comunicação social a possibilidade de, no futuro, se poder “externalizar” o serviço de hemodiálise.
“Vamos, de forma progressiva, dar resposta a estas necessidades mas o ideal, até porque no futuro isso conjugar-se-á com a oferta privada que também pode surgir nestas áreas, bem como, por persuasão e bom conselho do Conselho de Administração do HDES, fazer uma externalidade no que diz respeito à hemodiálise. Isso poderá dar futuras e melhores condições à Nefrologia e outras condições do serviço”, destacou.
Nesta visita ao HDES, onde esteve acompanhado pela Secretária Regional da Saúde e Desporto, o Presidente do Governo visitou as obras já em curso e inteirou-se de futuras intervenções de ampliação e remodelação que se irão desenrolar nesta unidade hospitalar.
“Vamos ficar, com as obras que estamos a realizar, com a possibilidade de aumentar a capacidade na cirurgia ou nas consultas porque utilizando, por exemplo, um quinto piso, nunca terminado, para re-localizar serviços administrativos, serviços de contabilidade e de gestão, serviços de informática e outros, libertamdo-se assim espaços, designadamente para gabinetes de consulta. Isso vai potenciar fortemente o que é a capacidade de resposta do HDES naquilo que é essencial”, garantiu antes de reforçar a “pequena revolução” em curso naquele hospital.
“Estamos a fazer, dentro da estrutura já existente, uma pequena revolução no que diz respeito às capacidades que o hospital passa a ter e que os seus profissionais passam a ter para servir os nossos utentes e, com isso, poder dar mais consultas, fazer mais cirurgias, diminuir listas de espera e potenciar a produtividade com a dedicação que sabemos que os profissionais têm tido ao longo destes anos. E, claro está, potenciar o reforço subsequente de recursos humanos para o bom serviço que o HDES presta à saúde dos açorianos”, referiu.
Deixando palavras de “reconhecimento e gratidão” pelo serviço prestado por todos os profissionais e pelo trabalho desenvolvido pelo Conselho de Administração do HDES, o Presidente do Governo Regional dos Açores classificou ainda como “incompreensível” aquilo que considera ser o estado de “abandono e degradação” a que o hospital, “apesar de ter sido um edifício novo construído há pouco mais de duas décadas”, esteve sujeito no passado.
“Viemos aqui garantir o compromisso da nossa redobrada atenção quanto à requalificação, à manutenção e até mesmo à ampliação de modo a que, no edificado, possamos optimizar o seu potencial de bem servir”, salientou.
Relativamente às obras projectadas de ampliação e remodelação no serviço de cirurgia ambulatória (cerca de 300m2), com arranque previsto em Janeiro do próximo ano, e no 5º Piso do HDES, para onde serão transferidos os serviços administrativos, Bolieiro explicou que estas obras serão feitas “com contratação pública mas também muito, sobretudo nestas que são pequenas obras, por administração directa; quer da Secretaria Regional que tem tutela na área das Obras Públicas quer também através da ‘prata da casa’ do próprio HDES. Estamos a antever que algumas obras possam estar concluídas até ao final do ano e estamos a falar de centenas de milhares de euros e não de milhões (…) Aliás, o Conselho de Governo desta 5ª feira já vai tomar decisões nesta matéria”, adiantou. Para além disso, e apesar de não se querer alongar muito sobre o tema, o governante reforçou ainda que “ainda temos em vista uma grande obra relativamente ao Serviço de Urgência”.
“Hoje já estamos a criar condições para o aumento de produtividade nas consultas, nas cirurgias e melhores condições de trabalho para os profissionais do HDES”, relevou.
   
Bolieiro destaca legado “muito
complicado” no sector da Saúde

Já sobre o pagamento da dívida aos três hospitais da região, José Manuel Bolieiro começou por admitir que “o endividamento é gravíssimo” e afirmou que o Governo está “a trabalhar nesse plano”.
“O legado é de facto muito complicado na área da saúde. Aliás, devo mesmo dizer que a sustentabilidade do Serviço Regional de Saúde (SRS) quanto ao seu legado histórico e aquilo que queremos potenciar também com recurso a mais profissionais, à sua qualificação, a mais recursos tecnológicos e científicos à disposição, é sempre um investimento muito caro. Precisamos de ter uma cultura de sustentabilidade, não só do Serviço Nacional de Saúde (SNS), porque o SRS pertence ao SNS, como a toda a economia ligada à saúde (…) Temos essa preocupação e obviamente que queremos sinalizar soluções em que, sobretudo os fornecedores, não fiquem em débito constante”, afirmou.
Segundo dados disponibilizados na página da Direcção Regional do Orçamento e Tesouro, o HDES contabilizava, no final do 1º trimestre de 2023, uma dívida a fornecedores de aproximadamente 74.4 milhões de euros.
                                             

Luís Lobão

 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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