Mês Queridos! A minha prima Maria da Praia telefonou-me para falar da chamada rentrée política na Região, que começou com as audições do Governo de José Manuel Bolieiro com os partidos políticos com assento parlamentar e os parceiros sociais para apresentação das linhas gerais do Plano e Orçamento para 2024… apresentação que despoletou depois um aceso debate que houve na Assembleia Legislativa, iniciado com o discurso do monárquico Deputado Paulo Estêvão centrado no bloqueio do Governo do PS para com o cumprimento das obrigações que tem para com a Região… Seguiu-se depois a intervenção do Presidente Bolieiro, assim como a resposta do Presidente do PS, Vasco Cordeiro… que apesar da crítica parlamentar que fez, reconheceu que todos os governos dos vários partidos na República têm ao longo dos tempos maltratado as Regiões Autónomas… Maria da Praia diz que… o que foi dito e redito no Parlamento deixou o cheiro a “pré-campanha eleitoral”, apesar da campanha que está na rua não é ainda nos Açores, mas sim na Madeira… cujas eleições terão lugar no próximo Domingo dia 24 de Setembro… Maria da Praia diz que tem estado atenta às entrevistas feitas pelo jornalista da Antena 1 Açores, Pedro Moreira, aos Deputados dos Partidos com assento parlamentar… logo a seguir à audição feita pelo Presidente Bolieiro,… mas até agora só foram entrevistados o Deputado independente Carlos Furtado, o Deputado do Chega José Pacheco e a Deputada do CDS Catarina Cabeceiras… Maria da Praia diz que até agora as entrevistas ficaram por aqui, e ela não conseguiu saber as razões que levaram a este interregno… o que não deixa de ser um facto político… Por outro lado, Jorge Rita, que é o novo Presidente do Conselho de Ilha de São Miguel eleito há semanas atrás, e que num “chá conferencia” promovida pela Associação de Seniores de São Miguel que contou com a presença de várias “cabeças coroadas”,... disse ao que vinha e o que irá defender no futuro para São Miguel e sendo bom para a Ilha,… por indução… terá impacto em toda a Região… Jorge Rita lamenta que o PPR não tenha sido aproveitado para executar projectos estruturantes como aeroportos que aguardam há anos obras de extensão de pistas e arranjos nas aerogares para bem acolher os passageiros, ou ainda a reestruturação do porto de Ponta Delgada, projecto que precisa de ser bem pensado e com visão de futuro…. O novo Presidente do Conselho de Ilha, Jorge Rita não é pessoa de como se usa dizer… “pôr água a pintos” … o que dá esperança que a coisa vai mexer!...
Meus Queridos! Estão a decorrer vários eventos para assinalar o centenário do nascimento da “Diva” Açoreana Natália Correia, mulher de garra e sem medo que enfrentou várias tempestades, mas tudo quanto dizia e fazia era com paixão usando o ditado popular “Mais quero asno que me leve do que cavalo que me derrube”… A forma de se exprimir e a firmeza nas suas convicções fizeram dela um “vulcão Açoreano”… Foi durante a ditadura uma lutadora pela liberdade, pela igualdade e pela cultura… Juntou e conviveu com os grandes vultos das artes, das letras e da política. Foi sempre uma mulher sem medo, ligada ao infinito para onde partiu antes do tempo… à volta dela juntava-se a nata da cultura e da política…. Longe dos Açores, soube sempre acolher os seus conterrâneos e com eles partilhar saber e amizade. Foi uma figura ímpar da cultura e uma grande “mestra” cuja obra merece ser lida para dela se tirar ensinamentos que poderão ser importantes para futuro. Os Açores não podiam ter melhor ligação a Natália Correia do que o Hino da Região, que é da sua autoria, e o peso e importância de Natália Correia pode aferir-se pelos testemunhos que têm sido repassados de inúmeras pessoas que com ela privaram… Apesar das mudanças que se têm operado na sociedade, lembrar os que deixaram obra, como Gaspar Frutuoso, Antero de Quental, Vitorino Nemésio, Dias de Melo, Natália Correia e tantos outros, é dever que temos porque é pela história que podemos melhorar o futuro que nos espera.
Meus Queridos! A minha prima Ernestina, que tem uma moradia na Fazendo do Nordeste onde passa uns dias no Verão…. embora resida no Burgo citadino de Ponta Delgada… telefonou-me para desabafar comigo,… e segundo dizia ela com muita tristeza e pena… Sobre a realidade que é cada vez mais frequente ver nas nossas estradas e nas ruas das nossas freguesias e cidades,… que é o desrespeito dos inúmeros condutores de automóveis que por aí circulam a altas e estonteantes velocidades a debitar fumo e poluição que nem lembra ao Diabo… Essa gentalha não respeita nada nem ninguém, sendo de arrepiar ver cenas que acontecem por todo o lado, até no interior do túnel da Ribeira Quente e no centro das Sete Cidades… isso para não falar- se sobre o que se passa quanto aos acessos às freguesias limítrofes de Ponta Delgada, onde é vê-los e ouvi-los em correrias que metem medo até ao Diabo... Alguns deles até parecem “assassinos ambulantes”… tal é o perigo que representam para os outros condutores e para simples pedestres, que como eu, com o avançar da idade e com este reumatismo que me deixa derreada, me desincentiva conduzir, com estes doidos à solta que nem apetece sair de casa… e o pior disso tudo é que não se vê policiamento que fiscalize essa gente… em vez de andarem na caça à multa a quem estaciona em cima dos passeios dos parques de estacionamento porque não têm outra alternativa para deixarem a viatura que os traz para o trabalho… ou para deixar os filhos nas escolas… A minha prima Ernestina diz que apesar de tudo, valham os turistas que andam por aí aos magotes a apreciar as nossas belezas, apesar dos sustos porque alguns deles devem passar. Já agora, lembro que uma amiga que tenho na “Pérola do Atlântico” como é conhecida a Madeira, disse-me que os meninos dessa estirpe… assim como todos os mal comportados…. são logo apanhados e tratados pela polícia local com mão pesada e com o apoio das autoridades da autonomia regional… Ernestina diz que cá… Não se vê polícia nas ruas e o que nos resta é rezar para que estas pragas se afastem das nossas ilhas…
Ricos: E já que estou falando em transportes e transportados, a minha vizinha Esmeralda contou-me o que muita gente vem dizendo mas sem que as entidades competentes e responsáveis pela mobilidade digam de sua justiça, que é o sofrimento diário da filha que tem de se deslocar para Ponta Delgada, o que se torna um verdadeiro tormento circular na Estrada Regional da Ribeira Grande em qualquer hora do dia, sobretudo, quando se encontra pela frente tractores, viaturas pesadas e outras que deviam estar fora de circulação porque mal conseguem transportar um porco ou uma galinha, … Além doutros condutores fazerem questão de irem na sua marcha lenta… de certo para fazerem horas para chegarem depois ao serviço… Como tal, formam-se filas de carros que torna o trânsito intenso… deixando quem tem vidas regradas à beira de um chilique… Além disso a SCUT que gere aquela via decidiu colocar linhas contínuas onde antes se poderia ultrapassar em segurança, o que veio dificultar mais a circulação dos carros ligeiros, que têm de ganhar paciência para chegar até à via rápida e poder andar normalmente e chegar ao seu destino. A filha da minha vizinha Esmeralda, que tem de ir todos santos os dias da semana trabalhar para Ponta Delgada, pediu-me para mandar um recadinho a sugerir à minha rica Secretária da Mobilidade e Infra-estruturas, Berta Cabral, para mandar estudar um eventual alargamento da estrada em certas zonas, a fim de permitir maior fluidez de circulação, para não se perder tanto tempo a percorrer escassos quilómetros da estrada. Os acessos entre a cidade da Ribeira Grande e a entrada na via rápida depois da bifurcação a seguir à rotunda do Peixe Assado, é um verdadeiro calvário, que precisa ser resolvido. Seria bom que os serviços de transporte fizessem a medição do tráfego diário naquele troço para terem uma ideia do movimento que por ali circula todo o santo dia … É preciso acudir às necessidades onde elas existem!
Ricos! E já que falo de trânsito e de transportes, tenho recebido vários pedidos para mandar um recadinho às entidades municipais e regionais para dedicarem um bocadinho do seu tempo para fazerem uma vistoria pelos pisos das várias vias de circulação das nossas freguesias e cidades que precisam ser “recauchutadas” porque os pisos tal como estão a dar cabo dos amortecedores e dos pneus das viaturas… o que se torna mais um encargo pesado que se torna num pesadelo para arranjar dinheiro para pagar as oficinas, que já são poucas e levam couro e cabelo para consertar os carros… Eu prometi a algumas pessoas que me têm mandado tais recadinhos lembrar os nossos autarcas e o Governo Regional que dediquem algum tempo e dinheiro para aplicarem na resolução de problemas que se agravam todos os dias… e depois não se admirem se quando chegar o tempo de votarem, as mesas fiquem às moscas…. Saíam do seu conforto e mergulhem na realidade do dia-a-dia meus queridos! Vamos ver ser a regulação não vai ficar como a desratização, porque quanto mais pastilhas eles comem… mais gordos ficam!
Ricos! A minha sobrinha neta tem seguido o que se tem dito sobre o mar dos Açores e a riqueza que ele esconde, e esta semana 20 investigadores estiveram durante 12 dias a bordo do navio de investigação americano OceanXplorer, que é o último grito da tecnologia e dos mais sofisticados do mundo, e na verdade, na diversidade do nosso mar dos Açores à medida que se vão fazendo estudos e mais estudos, vão-se descobrindo as riquezas que ele guarda e a cobiça que via atrás virá… Uma das surpresas que tem sido badalada pela comunicação social… é a descoberta de grandes colónias de corais negros com mais de mil anos de idade… e agora fica a curiosidade para saber onde podem ser usados tais corais e que impacto tal uso terá nessas milenares colónias… A minha comadre Ernestina disse-me que estas belezas encontrados no nosso mar têm de ser aproveitadas para o turismo marítimo através de circuitos bem alinhados pelos entendidos de modo a deliciar quantos se dedicam ao mergulho na busca das preciosidades que o nosso mar tem! Vamos estar atentos quanto ao futuro, e aguardar o que ele nos reserva quanto às descobertas científicas que têm sido feitas no mar açoreano.