Não é de hoje, nem é da época passada, é de há muitas épocas que o campeonato da Segunda Liga portuguesa é muito equilibrado, com resultados incertos independentemente de as equipas em confronto estarem nos primeiro ou últimos lugares.
A actual turma do Santa Clara tem o quarto plantel mais valioso do campeonato, estimado em 12,25 milhões de euros, sendo superado pelo do Benfica “B” com 16,35, pelo do Académico de Viseu, com 13,65, e pelo do FC Porto “B”, com 13,25 milhões de euros, segundo dados da Transfermarket. O do Penafiel é o décimo segundo, com 5,90 milhões. Sempre se disse que o custo de cada equipa não é suficiente para ganhar jogos e para ser campeã mas a realidade é que o grupo do Santa Clara alia à valorização muita qualidade. Ou seja, o empate a zero registado na tarde de Sábado, no estádio de São Miguel, é um percalço na caminhada, pese embora ainda faltem realizar 29 jogos. Mas, como candeia que vai à frente alumia duas vezes, não ganhar em casa ante equipas com maiores fragilidades, não é positivo. Daí concluir-se que a perda de dois pontos pode vir a fazer falta nas contas finais, pese o facto de poucos se lembrarem do resultado deste jogo quando chegarmos a Maio.
Um jogo em que faltou agressividade na equipa “encarnada”, principalmente na primeira parte, com pouca ambição e com poucas ocasiões de golo, sendo raras aquelas mais flagrantes. Verdade que teve três/quatro oportunidades onde poderia ter feito golo, desinibindo-se e dando azo a que o Penafiel desmontasse a muralha.
A entrada inicial do experiente e artilheiro Rafael Martins não surtiu os efeitos desejados, nem mesmo quando nos 12 minutos finais, e já tardiamente, foi alterado o esquema inicial com a colocação de João Marcos Lima ao lado do recente reforço do Santa Clara.
Dos seis jogos oficiais que a equipa de Ponta Delgada já realizou, este foi o que possuiu mais posse de bola (63%). Curioso verificar que excepção ao primeiro desafio, com o Torreense, onde também teve mais posse, mas por escassos 6%, e venceu, nos restantes os adversários tiveram mais tempo a bola a rodar entre os jogadores, mas foi o Santa Clara a obter resultados positivos, considerando como positivo o empate no campo do Leixões.
Positiva continua a ser a caminhada defensiva, com zero golos sofridos em cinco jogos do campeonato e no desafio da Taça de Liga.
O Penafiel, fechadinho e atrevido, quando se lançou na frente criou situações de perigo, com duas delas a quase darem golo. Conseguiu o que pretendia: pontuar.
Mesmo sendo o jogo em horário pouco convidativo (14h30), teve a melhor assistência da época (1614 espetadores), mais 136 do que no jogo com o Vilaverdense. A seguir ao Paços de Perreira (2 617), foi o que teve melhor assistência na 5.ª jornada.
Arbitragem muito desigual no capítulo disciplinar do inexperiente João Bessa (AF Porto), com nítido prejuízo para os da casa.
O jogo teve 55,48 minutos de tempo útil. Por outro lado, foi a pior classificação do relvado do estádio de São Miguel, com 3.38, mesmo assim a quinta melhor pontuação dos nove encontros.
FM