CHEGA pede ao Governo da República para que combata as drogas sintéticas nos Açores

Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido CHEGA na Assembleia da República apresentaram um projecto de resolução a “recomendar ao Governo ao Governo da República que “colabore, activamente, com os Governos Regionais no sentido de implementar medidas e programas de prevenção de comportamentos aditivos nas Regiões Autónomas”.
 As Regiões Autónomas registam 60% do valor nacional de novas substâncias identificadas através de exames laboratoriais de drogas e toxicologia. Os dados da Polícia Judiciária “evidenciam que existe uma forte desproporção entre o número total de habitantes e o número de novas drogas encontradas, com todas as consequências que implicam esta desproporção”, considera o CHEGA.  Explica que “os preços elevados das drogas tradicionais nos arquipélagos, e as dificuldades no seu abastecimento, em contraponto aos baixos preços das Novas Substâncias Psicoativas e a facilidade com que estas podem ser adquiridas, mesmo através da Internet, fizeram escalar os consumos das NSP na pandemia e na pós-pandemia”.
“Tudo isto provoca consequências nefastas no seio da sociedade e da saúde pública das Regiões Autónomas, verificando-se, e a título de exemplo, um aumento dos internamentos em psiquiatria por consumo de NSP”, diz o CHEGA.
Na Madeira, devido a esta problemática, e só na última década, foram internadas 1.807 pessoas, das quais 1.008 de forma compulsiva. Só em 2022, foram internadas 203 pessoas, sendo que o tempo médio de internamento ronda os 20 dias.
Nos Açores, o cenário “não é melhor”. Em Março, estavam 937 utentes em programas de substituição opiácea, muitos deles consumindo paralelamente drogas sintéticas. Por outro lado, o encaminhamento para comunidades terapêuticas convencionadas no continente passou de 26, em 2019, para 63, em 2021.  
Segundo a Direcção Regional de Prevenção e Combate às Dependências, “o utente açoriano é essencialmente de policonsumos, que compra e consome substâncias baratas sem olhar o grau de risco que comportam”. O baixo preço das NSP é um dos factores que potencia o seu consumo. Com poucos euros, consegue-se comprar pacotes com várias doses.
 Perante “esta situação dramática que assola as Regiões Autónomas, importa pois, implementar medidas de prevenção que combatam, à montante, toda esta problemática dos comportamentos aditivos, especialmente a relacionada com o consumo das Novas Substâncias Psicoativas”, conclui o projecto de resolução do CHEGA enviado à Assembleia Legislativa Regional dos Açores para parecer.

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Autor: CA

Categorias: Regional

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