22 de outubro de 2023

O Fundamentalismo e a sua expansão

 1- O mundo está em “revolução” e as pessoas vão recebendo ao minuto o que em cada continente se passa de bom, mas sobretudo de mal. A transmissão ao minuto faz com que depois os incautos  se sintam impelidos a transpor para a sociedade onde habitam, a impertinência, a violência e as demais acções que retiram do que é transmitido pelos chamados influenceres que tanto podem ser da moda, como da violência e da destruição. Várias vezes temos vindo a alertar para a forma como globalmente tem sido gerido o mundo que se tornou numa “selva”.
2- Podemos estar a caminho de uma Terceira Guerra Mundial, estribada nos poderes absolutos que pretendem ampliar a sua área de influência e mando no mundo, e que aspiram sempre alargar o perímetro da sua influência política, usando, para o efeito, todos os meios ao seu alcance, tal como acontece com a guerra que está à porta da União Europeia, e a triste situação que se vive no Oriente Médio, fruto do fundamentalismo religioso, que se rege pela prática política, social, religiosa, ideológica e cultural, inserida numa visão radical e absoluta de determinados princípios e com execução em todos os aspectos da sociedade, onde são rejeitados os princípios de modernidade, como sejam a tolerância, o pluralismo e a democracia.
3- O problema é que parece que os Areópagos internacionais só se lembram do mal quando ele bate à porta, como aconteceu há dias com o Comissário da ONU para a Ajuda Humanitária, que lembrou que a escalada de violência em Israel pode espalhar-se por toda a região do Oriente Médio, lembrando depois que “o mundo está a perder a sua humanidade”, o que é verdade, mas o que se pergunta é o que tem sido feito a nível global para evitar essa perda, alimentando, à descarada, as redes terroristas que foram sendo criadas e alimentadas em nome da cooperação, sem pensar na mudança de paradigma que lhes deve ser exigido e sobretudo ministrado.
4- O que se passa no Oriente Médio pode acontecer na Europa, onde existe uma larga comunidade que professa e segue o Islã que é a religião muçulmana, o que deve incitar os responsáveis políticos a meditar sobre a qualidade social que temos e a que devíamos ter, porque depois de uma pandemia que durou dois anos aconteceram alterações profundas nas famílias, no comportamento das pessoas e na saúde.
5- O Presidente da República mudou o seu comentário, o que significa que aterrou na realidade do país, afirmando-se “realista e, ciente de que um país que vive as crises sucessivas que vive, que está, neste momento, a ter um crescimento zero e em que a pobreza e o risco de pobreza subiram, é um país que está a ter neste momento um aumento de pessoas sem-abrigo”.
6- O retrato da sociedade feito pelo Presidente da República merece algo mais relativamente ao poder político, quando nos últimos quatro anos o número dos sem abrigo cresceu 78% no País.
7- Mas o retrato da sociedade não fica por aí, porque um estudo científico que procurou avaliar o nível de stress ocupacional e burnout em profissões forenses, realizado por quatro psicólogos, envolvendo a avaliação de 690 profissionais dos quais, 342 juízes, 282 advogados e 66 procuradores, daí resultando que os juízes foram os que apresentam maiores índices de stress.
8- Neste caso, cerca de 9% dos juízes admite usar drogas, como haxixe e cocaína, como meio de combater o stress, isto além de muitos magistrados recorrerem ao consumo de bebidas alcoólicas como resposta às exigências da profissão. Nos advogados, o consumo de bebidas alcoólicas e de substâncias ilícitas baixa, enquanto os 66 procuradores que integraram o estudo, nenhum deles assumiu o uso de estupefacientes.
9- Para os investigadores, os resultados deste trabalho são alarmantes e afirmam que os números evidenciam a fragilidade do sistema da Justiça em termos de saúde mental e realização profissional.
10- O Governo Regional lançou uma medida que visa “Construir o próprio emprego”, medida que se dirige também aos recém-licenciados, abrindo uma porta ao futuro, mas aí é preciso um chamamento feito aos jovens que ficaram fora da Região e têm saber e valor que deve ser cá aproveitado.

Américo Natalino Viveiros

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Autor: CA

Categorias: Editorial

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