Os Açores na cauda das regiões portuguesas em proporção de adultos em actividades de aprendizagem ao longo da vida

É perceptível pelas estatísticas do INE que, apesar de os Açores estarem à cabeça das regiões portuguesa com menor percentagem de população que conhece um segundo idioma além do português, houve uma convergência para outras regiões portuguesas ao longo dos dez anos que medeiam 2007 de 2016, enquanto divergiu em relação à zona Centro e à Área Metropolitana de Lisboa. Os Açores foram a região portuguesa com a menor proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64 anos que participou em actividades de aprendizagem ao longo da vida no período entre 2007 e 2016. Em 2007, esta proporção era de 25,4% nos Açores e de 19,9% na Madeira enquanto a média nacional era de 30,9%. Mas, entre 2007 e 2011, a Madeira passou à frente dos Açores. De facto, a proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64 anos que participou em actividade de aprendizagem ao longo da vida passou de 19,9% em 2007 na Madeira para 44,2% em 2011 e, nos Açores, a evolução foi de 25,4% em 2007 para 35,1% em 2011. E, desde então, os Açores ficaram na cauda das regiões portuguesas. Em 2011 a proporção média em formação de adultos em Portugal era de 48,8% e o Algarve era a região portuguesa com maior proporção de formação (51,2%). Enquanto, nos Açores, a proporção de adultos em formação passou de 35,1% em 2011 para 37,6% em 2016; na Madeira a evolução desta proporção foi de 44,2% em 2011 para 44,9% em 2016. Em 2016 a proporção média da formação de adultos em Portugal era de 50,2% e a Área Metropolitana de Lisboa era a região em que esta proporção era mais elevada (56,1%). Madeira com uma evolução que representa o dobro da que ocorreu nos Açores No espaço de tempo entre 2007 e 2016 foi a Madeira a região portuguesa com a melhor evolução na proporção de pessoas com idades dos 18 aos 64 anos que participou em actividades de aprendizagem ao longo da vida (25%). Em contrapartida, os Açores foram a região portuguesa que, no mesmo período de tempo, teve a mais reduzida evolução na formação de adultos (12,2%). Isto quando a média nacional foi de 19,3%. Aprendizagem ao longo da vida é um conceito que agrega a participação em alguma actividade de educação formal – ministrada em instituições de educação, conducente a um nível de escolaridade – e/ou não formal – actividade organizada de formação, profissional ou outra, numa dada área de competência, mas que não equivale a um nível de escolaridade. O número de adultos não participantes em educação formal, não formal e aprendizagem informal diminuiu consideravelmente na década de 2007 a 2016, mas continuam a ser os mais velhos, os menos escolarizados e os inactivos (excepto estudantes) quem regista os níveis mais elevados de não participação. Em termos geográficos, a não participação foi mais elevada nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, em 2007, mas em 2016 passa a ser a região do Alentejo a registar o nível mais elevado de não participação (15,7%). Os principais obstáculos apresentados à participação em actividades de educação, formação e aprendizagem foram o horário (28,9%), os custos (17,2%) e as responsabilidades familiares (13,7%). Açores com menos adultos que conhecem mais de dois idiomas Os Açores continuam na cauda das regiões portuguesas quando se coloca a questão da proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64 anos que conhece pelo menos uma língua para além da materna. De facto, em 2007 esta proporção de adultos que conhecia nos Açores mais uma língua para além do português era, em 2007, de 40,6% quando, na Madeira, esta proporção era de 44,2%; no Algarve era de 56,8%; na Área Metropolitana de Lisboa era de 60,7%; no Alentejo, era de 50%; no Centro era de 49,6%: e na zona Norte era de 48,4%. Cinco anos depois, em 2011, os Açores (50,2%) continuavam a ser a região portuguesa com menos adultos a saber um segundo idioma para além do português, com a Madeira a atingir os 60,8%; a Área Metropolitana de Lisboa, os 68,7%; e o Algarve a atingir os 71,3%. Em 2016, da população adulta residente nos Açores, 61,8% sabia uma outra língua para além do português quando, na Madeira, esta percentagem era de 79%; no Algarve era de 76,2%; e na Área Metropolitana de Lisboa era de 82,1%. A população adulta portuguesa que, entre 2007 e 2018, mais evolui na aprendizagem de uma segunda língua além do português foi a Madeira (34,8%); seguindo-se a população adulta da zona Centro (23,3%); a Área Metropolitana de Lisboa (21,4%); os Açores (21,2%); o Algarve (19,4%); o Alentejo (16,5%); e a zona Norte (15,9%). É perceptível por estas estatísticas que, apesar de os Açores estarem à cabeça das regiões portuguesa com menor percentagem de população que conhece um segundo idioma além do português, houve uma convergência para outras regiões portuguesas ao longo dos dez anos que medeiam 2007 de 2016, enquanto divergiu em relação à zona Centro e à Área Metropolitana de Lisboa. Açores com o maior aumento da percentagem de adultos em aprendizagem informal Na década que medeia entre 2007 e 2016, a participação em aprendizagem informal generalizou-se em Portugal e este aumento da participação em actividades de aprendizagem informal foi transversal a todos os grupos etários e foi crescente com a idade. Foi nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira que se registaram os maiores aumentos da década em termos de participação em aprendizagem informal. No caso dos Açores o aumento foi de 74, pontos percentuais e, na Madeira foi de 62,7 pontos percentuais respectivamente. Na região Centro a taxa de participação subiu 55,1 pontos percentuais passando a ser a região onde se verificava, em 2016, a mais alta participação em aprendizagem informal (91,3%). Embora a participação aumente com o nível de escolaridade, segundo o INE, a grande alteração na última década verificou-se para as pessoas menos escolarizadas, com aumentos superiores a 50 pontos percentuais para quem não tinha qualquer nível de escolaridade completo ou tinha no máximo o 1.º ciclo do ensino básico. Os inactivos (excluindo os estudantes) foram o grupo cuja participação mais aumentou entre 2007 e 2016 (53,6 pontos percentuais); seguidos dos empregados (48,1 pontos percentuais), embora os estudantes tenham registado sempre as taxas de participação mais elevadas em aprendizagem informal, abrangendo a sua quase totalidade em 2016 (98,5%). Numa análise por profissão, verifica-se que os “Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta” foram os que mais aumentaram a sua participação neste tipo de actividades (61,9 pontos percentuais), passando de 19% em 2007 – valor mais baixo de entre todas as categorias profissionais – para 80,9% em 2016.
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Autor: João Paz

Categorias: Regional

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