Americanos manifestam regozijo com a futura certificação pela ONU do destino Açores

Marta Guerreiro afirmou ontem, no voo inaugural da Delta Air Lines entre Nova Iorque e Ponta Delgada, que esta é uma operação que “prova que os Açores são um destino turístico com grande atractividade”. A Delta passa a efectuar cinco voos por semana ligando Ponta Delgada a Nova Iorque num ponte que é uma autêntica auto-estrada para os turistas entre os Estados Unidos e a Região Os Açores “são um autêntico paraíso na terra para todos os que gostam da natureza. Por isso, uma das razões por que se apaixonam pelos Açores, tem necessariamente de ser acompanhada por uma oferta ambiental sustentável, combinada com sustentabilidade energética, numa estratégia concertada para salvaguardar os recursos naturais, que fazem com que o sector do turismo se assuma como um destino de natureza, sem pôr em causa as nossas comunidades”, afirmou a Secretária da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro. “Certificar os Açores como destino sustentável é um compromisso com o futuro”, disse a governante. Revelou que só neste Verão IATA estão previstos mais de 400 voos entre os Açores e os Estados Unidos, nomeadamente entre Boston, Providence e Nova Iorque, para Ponta Delgada e de Boston e Oackland para a Terceira onde a Azores Airlines detém um peso “indiscutível no impacto dos actuais níveis de crescimento do mercado”. A Secretária do Turismo quis deixar claro que, no último ano, se registou um crescimento de cerca de 29% no número de dormidas do mercado americano “e sabemos que haverá um novo aumento em 2018”, disse. Considerou, por isso, que os EUA “é um dos países mais importantes para a dinamização e crescimento do turismo nos Açores”. Neste contexto, Marta Guerreiro considerou a operação da Delta “um momento histórico” isto “depois do percurso que temos tido nos últimos 3 anos, com taxas de crescimento acima de todas as regiões do país”. Admitiu que o mercado dos EUA “é extremamente exigente” e considerou este um desafio para o “investimento na qualificação da Região quer em termos de activos físicos quer em termos de recursos humanos. Estamos perante um excelente desafio”, realçou. Anunciou que a Associação de Turismo Açores fez várias deslocações aos Estados Unidos e trabalhou em parceria com a Delta para “conseguirmos as vendas que estão a ser conseguidas e como viram, o voo estava cheio e as expectativas são muito boas”. O desejo de Marta Guerreiro é que “a atractividade da rota dite a sua continuidade nos próximos Verões e, quem sabe, como aconteceu na Islândia, podermos ter uma operação o ano inteiro que seria extraordinário”. “Naturalmente que temos de saber oferecer qualidade, bom serviço, sem descurar a nossa autenticidade. Não podemos querer ser o que não somos. Devemos ser o que somos, com qualidade, e com simpatia, saber receber muito bem”, afirmou. Considerou, neste contexto, a formação profissional no turismo “um desafio muito legítimo porque é uma área em que a Região tem de continuar a investir. Tem investido, mas é necessário continuar a formar pessoas que queiram, desde o início da sua vida profissional, ingressar neste sector, mas também que estejam noutro sector e que pretendam redireccionar a sua actividade para este sector que é muito apelativo”, completou. Delta não excluiu operação durante todo o ano O Vice-presidente da Delta Air Lines, Cornnel Koster, afirmou que todos, na Delta Air Lines “estão muito orgulhosos por celebrar o início desta rota nestas lindíssimas 9 ilhas no meio do Atlântico” e não excluiu a possibilidade de a operação se estender por todo o ano. “Estamos deliciados por estar aqui, 80 anos depois da Pan Am operar numa rota aérea entre os Estados Unidos e os Açores com um hidroavião em 1939. Oitenta anos depois, voltámos e estamos orgulhosos de ter voltado”, acentuou. “Com 1.3 milhões de descendentes de portugueses a viver nos Estados Unidos, muitos deles com raízes aqui nos Açores, e com o crescimento do turismo que tem trazido um número recorde de visitantes americanos para Portugal no ano passado, esta é uma altura ideal para começarmos este nosso serviço”, afirmou Mostrou-se convencido de que os turistas americanos ficarão “deliciados com estas soberbas” 9 ilhas, pela “sua beleza natural especial, pela hospitalidade do seu povo e pelas tradições. Sei que vocês nunca esquecerão a vossa visita aqui e vão querer voltar uma e outra vez aos Açores, certificados pela natureza”, referiu Cornnel Koster. Este “é um dia fantástico para estar aqui, as nossas tripulações e o pessoal de terra. Todos os 80 mil colegas da Delta estão muito orgulhosos por os servir e por lhes dar as boas-vindas a bordo. Estamos desejosos por muitos anos de sucessos e voos felizes para os Açores”, completou. As férias que Thierry, da Vinci, passou nos Açores… O administrador da ANA Vinci, Thierry Ligonnière, relevou a importância do início da operação da Delta Air Lines para os Açores e surpreendeu todos quando referiu que as suas primeiras férias em Portugal foram na Região. “É um pouco um momento histórico para nós ter esta rota directa. Eu sou francês e vim a Portugal há 4 anos e as minhas primeiras férias foram nos Açores. E fiquei espantado com a beleza desta área, com paisagens e experiências de que as pessoas podem tirar vantagem. Fiquei satisfeito com a quantidade de pessoas que falavam inglês, por isso entendo que não há problemas em falar inglês com a comunidade local. Vão ver isso”, disse dirigindo-se aos passageiros americanos que fizeram o voo inaugural. “Hoje é dia de celebrar e proporcionar boas experiências para todos os passageiros, para todos os que vieram aqui passar férias. Para a economia local esta operação também tem algum impacto e é para isso que trabalhamos nesta rota. É mais um passo na confiança que temos vindo a estabelecer dia após dia, rota após rota, entre os nossos parceiros e a Delta Air Lines em todo o mundo”. O Director do Aeroporto de Ponta Delgada, José Luís Alves, concordou que a nova rota da Delta Air Lines, uma das maiores operadoras do mundo, é o resultado do “desafio endereçado pela equipa da ANA ao longo dos últimos 2 anos e representa um grande passo no crescimento do turismo de cidadãos americanos nos Açores. E nas relações comerciais e culturais entre os dois países”. “Não somos muito conhecidos apesar da nossa conhecida posição no Atlântico, entre a Europa e a América. Pensamos que a Delta irá mostrar melhor os Açores e as capacidades que temos para mostrar aos nossos visitantes”, desejou José Luís Alves. Mário Fortuna diz que “se poderia ter feito mais por esta operação” O Presidente da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, presente na cerimónia, admitiu que os empresários micaelenses “vão, com certeza, conhecer esta nova realidade. Os hotéis já há algum tempo perceberam que têm estes novos clientes. Confiamos que os restaurantes também já perceberam que vão ter estes novos clientes. Agora, vamos ter que tratar deles com aquilo que conseguimos juntar até agora”. Reafirmou que a Câmara do Comércio e Indústria “tem pena de não se ter feito mais particularmente na área da formação mas é com isto que nós vamos trabalhar estes dias”. “A nossa expectativa”, prosseguiu, “é que corra bem, que rapidamente se vá mitigando os problemas, resolvendo os problemas e apresentando um produto que seja suficiente, para já, para convencer a Delta a repetir esta operação no próximo ano e, mais longe até, convencer a Delta de que este mercado é suficiente para uma operação, naturalmente, não tão intensa quanto esta, durante o ano inteiro. Seria fantástico que se evoluísse para este resultado”, disse. No entender de Mário Fortuna, “já se deveria ter feito mais trabalho para consolidar a procura desta operação mas, havendo a disponibilidade da Delta para uma continuidade, eu entendo que é um trabalho que não deve parar”, referiu. “Temos aqui um potencial fantástico. É preciso alavancá-lo e não há muitas mais oportunidades tão boas quanto esta. É preciso que nós reconheçamos o que está a acontecer. São voos directos de nova Iorque para Ponta Delgada. Acho que é uma situação invejável. Muitas cidades desejariam ter esta oportunidade de voos directos com Nova Iorque. É preciso que haja empenho de todas as partes e levar este projecto bem longe para que, efectivamente, criemos mais um pilar de segurança para a economia dos Açores”, concluiu.
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Autor: João Paz

Categorias: Regional

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