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Padaria Madalena continua a laborarem fornos de lenha para manter a tradição

A Padaria Madalena, situada na Rua de São Sebastião, na Ribeira Grande, continua a laborar em fornos de lenha, tal como no passado.

Com mais de 100 anos de tradição, o negócio está agora a ser gerido pelos irmãos Mário e Maria Cordeiro.
No local, chegamos à fala com Maria Cordeiro, de 37 anos de idade, que relevou, que a Padaria Madalena “quer continuar a ser conhecida pelos seus pães, pãezinhos de chouriço, bolos frescos e excelente café”.
Os fornos de lenha recuperam sabores de outros tempos, muito elogiados por todos, em especial pelos turistas.
Os padeiros fazem o seu papel, mas a preparação do forno é um processo que requer paciência e habilidade, como por exemplo, “o acendimento, aquecimento, tempo de espera e monitorização da temperatura”.

Padaria abastece-se de lenha
duas vezes por semana

A Padaria Madalena abastece-se de lenha duas vezes por semana para garantir uma boa produção.
O posto de venda abre todos os dias às 06h00, e a essa hora ali está o irmão. A nossa entrevistada chega pouco tempo depois, após levar a filha à creche. O espaço encerra às 19h00, continuando a ser também um local de convívio e confraternização.
Já a Padaria Madalena começa a laborar a partir das 24h00, com dois dedicados padeiros.
O pai de Mário e Maria Cordeiro foi padeiro durante muitos anos, e deste modo os filhos quiserem manter a tradição. Assim, a Padaria Madalena foi reaberta pelo irmão Mário Cordeiro, há oito anos atrás, que após um problema de saúde relegou na irmã a responsabilidade de gerir o espaço.
A Padaria Madalena produz os papo-secos, o pão caseiro, pão de bifanas, pães de chouriço, pão de cereais, pão integral e broas de milho.

Picos ou nevões, canelas e croissants

Ao nível da doçaria, surgem os picos ou nevões, canelas e croissants.
Os picos ou nevões, são um doce típico da ilha de São Miguel. Esses deliciosos doces são compostos por uma passa macia, recheio de coco e ovo, e ainda uma cobertura de coco. Uma variação desse doce é a versão de chocolate, chamada de picos de chocolate.
A partir das 12h00, a Padaria Madalena começa a produzir pão de tarte, iguaria muito procurada, que fica disponibilizada pelas três horas e meia da tarde.
A Padaria Madalena não faz distribuição, porque tem o seu o posto de venda e assim vai manter-se.
Maria Cordeiro diz, que “as vendas têm decorrido com normalidade este ano, muito diferente do ano passado, por causa de um problema técnico no forno”, e como um mal nunca vem só, “o tempo também não ajudou e a lenha estava demasiadamente molhada”. Por via desta realidade, o negócio sofreu uma quebra, que agora começa a recompor-se. “Essa quebra de clientes chegou a ser preocupante, mas tudo se resolveu, graças a Deus”, acrescentou.
“Os turistas aparecem e querem mais doçaria do que pães, mas há também aqueles, que sãos mais curiosos do que outros e querem também ver o forno de lenha”.
Maria Cordeiro é natural da Ribeira Grande – Matriz, onde começou a sua caminhada na escola primária, terminando os estudos na Escola Profissional das Capelas.

Padaria Madalena só fecha no Natal
e na passagem de ano

A Padaria Madalena labora todos os dias, de Domingo a Domingo, e só encerra no feriado do dia 25 de Dezembro, no Natal, e no último dia do ano, na passagem de ano.
Maria Cordeiro confessou ainda ao nosso jornal, que não tira férias. “Só sei trabalhar e gosto aquilo que faço, e no tempo que me resta, cuido das tarefas domésticas”.
O futuro a Deus pertence, mas Maria Cordeiro só quer “continuar a trabalhar, para que a Padaria Madalena possa ter mais clientes”.
“Há dias melhores do que outros, mas temos de ser sempre optimistas, porque amanhã será, com certeza, melhor do que hoje. Se tivermos saúde, podemos trabalhar, que é o que mais importa”.
As padarias continuam a ser essenciais na nossa sociedade, pois o pão é um bem fundamental na mesa de quase todas as famílias.

Marco Sousa

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