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Três irmãos e uma mulher são acusados pelo Ministério Público da prática de crimes de tráfico de estupefacientes, ameaça agravada, furto e receptação

Iniciou-se ontem, no Tribunal de Ponta Delgada, o julgamento de três homens e de uma mulher, de 29, 33, 35 e 42 anos. Os crimes de que são acusados incluem tráfico de estupefacientes, ameaça agravada, furto e receptação.
De acordo com a acusação, desde data não concretamente determinada, entre 2019 e 2022, os acusados, de 29 e 33 anos, ter-se-ão dedicado à venda de produto estupefaciente a terceiros, com o propósito de obter lucros.
Na acusação do Ministério Público são descritos vários episódios que envolvem os dois irmãos, sendo que o primeiro incidente diz respeito ao dia 25 de Janeiro de 2021, pela 01h00, altura em que um dos arguidos ter-se-á encontrado com um indivíduo, numa residência na Ribeira Grande, para vender um pacote de Alpha PHP. Ao aperceber-se da presença de um agente da PSP no local, o suspeito terá colocado o produto estupefaciente no bolso esquerdo das suas calças. No âmbito da abordagem policial, constatou-se que o arguido tinha cinco panfletos de cor amarela com Alpha PHP. No decorrer da diligência, o acusado terá insultado e ameaçado de morte o agente da PSP.
Outro incidente em que um dos arguidos terá vendido um cabeço de canábis com 0,060 gramas remonta a 27 de Maio de 2021.
Já a 27 de Janeiro de 2022, antes das 22h00, os dois irmãos são acusados de vender um panfleto de Alpha PHP, com 0,043 gramas, a um homem e quatro panfletos com a mesma substância a outra pessoa.
Segundo refere a acusação, entre Março e Setembro de 2021, os arguidos terão vendido a um consumidor pelo menos um panfleto de Alpha PHP por dia e, entre Junho de 2019 e o mesmo mês de 2021, os irmãos terão vendido diariamente, a outro consumidor, pelo menos três panfletos de Alpha PHP, bem como heroína a 10 euros o pacote e resina de canábis por cinco euros a dose. No entender do Ministério Público, os arguidos conheciam a natureza das substâncias que vendiam e sabiam que agiam contra a lei.

Furto de aparafusadora
e caixa de ferramentas

Entre as 18h00 do dia 18 de Janeiro e as 08h00 do dia 23 de Janeiro de 2022, os dois irmãos ter-se-ão deslocado a uma garagem na Ribeira Grande com o objectivo de obter os bens que ali encontrassem. De modo não apurado, terão conseguido entrar no interior do espaço e ter-se-ão apoderado de uma mala com aparafusadora, duas extensões eléctricas e uma caixa de ferramentas. Os arguidos terão abandonado o local na posse destes bens, sendo que, posteriormente, um dos suspeitos terá tentado vender a caixa de ferramentas e o outro terá entregue as extensões eléctricas a outro indivíduo.

Furto de computador e telemóvel
a salão de cabeleireiro
na Ribeira Grande

Por sua vez, a 3 de Fevereiro de 2022, o arguido de 29 anos ter-se-á dirigido a um estabelecimento comercial na Ribeira Grande e, com a força do corpo, terá conseguido rebentar a porta, introduzindo-se no local, de onde terá subtraído um computador Sony VAIO, um telemóvel da marca Huawei e a quantia de 50 euros. Após abandonar o salão de cabeleireiro, terá contactado o irmão e a cunhada – igualmente arguidos neste processo –, a quem terá vendido o computador. Segundo o Ministério Público, o casal sabia que aqueles bens tinham sido roubados e, mesmo assim, optou por comprar o portátil.
Após ouvir os factos sobre ele imputados, o arguido de 29 anos optou por prestar declarações em Tribunal, relativamente a este episódio em específico. Confessou ter rebentado a porta do salão de cabeleireiro com uma chave de fendas, assim como ter vendido o portátil ao irmão pela módica quantia de 20 euros. Explicou que tinha dito ao irmão que o portátil pertencia a um amigo que queria vender. Admitiu, ainda, ser consumidor de estupefacientes e que cometeu este crime porque estava a “ressacar.” O computador foi recuperado pela Polícia, a 10 de Fevereiro de 2022, na residência do irmão e da cunhada.

Furto de televisão e máquinas
de cabelo no mesmo salão

Dois dias depois do primeiro furto, a 5 de Fevereiro de 2022, o suspeito terá voltado ao mesmo estabelecimento comercial, subtraindo, desta feita, uma televisão da marca Samsung, uma máquina Steampod, duas máquinas de fazer caracóis, três máquinas de alisamento, dois cones de cabelo, uma tesoura, entre outros objectos. A Polícia recuperou os bens, uma vez mais, em casa do irmão e da cunhada do arguido.
A acusada optou por prestar declarações na audiência de Tribunal. Sobre este episódio, afirmou que o cunhado chegou a sua casa “com um saco cheio de máquinas”, que alegou pertencer à mulher de um amigo que ia viajar, “mas não podia levar muita bagagem”. A arguida garante que questionou se os objectos haviam sido furtados e que o acusado lhe tinha jurado “pela sua saúde” que nada tinha sido roubado. Admitiu, ainda, ter pago 10 euros ao arguido pelas seis máquinas de cabelo.

Furto a dois automóveis

A 6 de Fevereiro, o arguido de 29 anos terá subtraído um ecrã de sensor de estacionamento, um auricular, entre outros objectos, de um veículo automóvel. A PSP recuperou os bens na posse do arguido. Já a 12 de Fevereiro, o suspeito terá furtado, de um veículo estacionado junto às piscinas da Ribeira Grande, uma t-shirt, uma mochila, uma toalha de banho, um fato de treino e um par de sapatilhas.

Furto de 15 relógios
e outros objectos

Uns meses depois, a 16 de Junho, aproveitando o facto de a porta de entrada de um estabelecimento comercial estar destrancada, o arguido ter-se-á apoderado de 15 relógios, um microfone, um carregador de baterias, um adaptador de lâmpadas, um martelo, uma mala, entre outros objectos. A PSP apreendeu alguns dos bens furtados ao arguido e o Ministério Público acredita que o acusado sabia que aqueles objectos não lhe pertenciam e que agia contra a lei.
A 5 de Maio de 2022, pelas 20h35, o homem terá encontrado, em local incerto da cidade de Ponta Delgada, um cartão Multibanco. Num estabelecimento comercial, fazendo uso do sistema contactless – que permite fazer pagamentos até 50 euros sem introduzir o código PIN –, o arguido terá pago a despesa com o devido cartão, repetindo o processo noutro estabelecimento momentos depois.
Actualmente, dois dos arguidos encontram-se detidos no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, enquanto o casal aguarda julgamento em liberdade.

Carlota Pimentel 
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