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O evento “foi um sucesso e alegrou as pessoas” este Sábado no Parque de Campismo do Nordeste, afirma o chef Veríssimo Costa

A primeira edição do evento “Fogo no Campo”, que foi realizado pele Fogo na Quinta, decorreu no último Sábado, 13 de Abril, no Parque de Campismo do Nordeste, tendo reunido sete chefes de cozinha. Em entrevista ao Correio dos Açores, Veríssimo Costa, proprietário do Parque de Campismo do Nordeste e chef, explicou como surgiu o projecto, as dificuldades iniciais para a realização do mesmo e o seu gosto pelo Açores, onde vive há cerca de 24 anos.

Correio dos Açores – Como surgiu a ideia para este projecto?
Veríssimo Costa (Proprietário do Parque de Campismo do Nordeste e chef) – Este evento já foi falado entre mim e o chef Cláudio Pontes. Ele gostou do Parque de Campismo do Nordeste e gostava que eu fizesse uma parceria para organizar este evento no parque, visto que ele entendia a potencialidade a nível de floresta, de campo, de estilo de vida saudável e por estar localizado perto de uma ribeira. Ele achou que era um bom local. Claro que aceitei a proposta, obviamente, por causa do evento em si e por ele ser um chef bastante conceituado. Gostaria de realizar este evento mais vez, com certeza.

Como surgiu a ideia de realizar este projecto no Nordeste?
Penso que por ser um local mais afastado da cidade e da população. E acho que está muito relacionado com o “Fogo no Campo” e “Fogo na Quinta”, por causa do ar que se respira e para as pessoas conhecerem o outro lado da ilha. É uma série de factores importantes, e chegamos a um ponto em que achamos que era importante elaborar algo do género aqui.

Em que consiste o evento? O que o diferencia dos restantes da culinária?
Este evento consiste em usar somente os produtos da Região e do local – Nordeste. Tentámos fazer tudo com o local como base, assim, o evento teria mais interesse, com uma exploração deste espaço e desta parte da ilha.

Como foi a afluência? Correspondeu às expectativas?
Como se trata a primeira vez, nunca há uma grande afluência. Foi relativamente bom. Tivemos várias pessoas a vir de todos os cantos da ilha, foi muito interessante, e tivemos a celebração de vários produtores, de muitas marcas de vinhos e da representação dos queijos da ilha. Foi muito bom, embora o evento tenha sido divulgado um bocado mais acima do acontecimento.
Espero que na próxima vez as pessoas procurem este espaço cada vez mais e as nossas redes sociais. Os produtores estavam para dar a conhecer o seu produto. As pessoas apenas pagaram pelo bilhete de entrada. Nós fizemos pão, num forno, foi tudo feito em lenha. Foi muito bom. Da próxima vez, queremos impor mais, visto que, também, estávamos na dúvida por ser tão longe. O Parque de Campismo, por ter zonas em que as pessoas podiam ficar hospedadas foi uma vantagem, tal como os alojamentos locais. Foi muito bom para o Parque de Campismo e para os estabelecimentos à volta.

As condições meteorológicas no dia 13 de Abril não foram as mais favoráveis devido ao forte vento. Foi uma condicionante para o evento?
Não complicou porque apesar de ter tapado ligeiramente o sol, não choveu. Deu para seguir o evento até à uma da manhã com pessoas e com música no fundo. Espero que na próxima vez seja melhor e mais divulgado nas redes sociais, visto que este lado da ilha está um bocado esquecido no restante ano, por estarmos ainda na época baixa. É bom termos um evento destes para chamar mais pessoas para o Nordeste.

Quem foram os chefes escolhidos para esta edição?
O Chef Cláudio Lopes teve a ideia de convidar os restantes chefes. Acompanhei o processo, especialmente por, também, ser chef de cozinha, juntamente com o chef Cláudio, do Fogo na Quinta, houve mais cinco chefes de cozinha (Chef Duarte Ponta, da Tasca; chef João Fevereiro, do Double Tree by Hilton; chef Saulo, do Tukátulá Beach Bar; chef Henrique Mouro, do Octant Furnas e chef Paulo Costa, da Caldeiras&Vulcões), que o Chef Cláudio convidou, sendo que eles aderiram e fizeram um excelente trabalho. Por isso, espero que no futuro nos possamos reunir novamente para fazer outros eventos.
Neste momento, não estou a elaborar a 100% a cozinha a nível de restauração, nem de hotéis. Já tive, por exemplo, fui chef no Restaurante Tasca e no Michel Restaurant, tenso saído de lá em 2022. Depois, isolei-me aqui, por motivos de saúde e tive de parar um bocado. Vim para o Parque de Campismo fazer este tipo de eventos e outros tipos de evento que for surgindo. Espero um dia poder abrir aqui um espaço de restauração.

Afirmou que a divulgação deste evento levou algum tempo. Qual foi o motivo para isso ter acontecido?
Estávamos com dificuldades por causa da meteorologia e porque o investimento foi um bocado alto. No início, estávamos com dificuldades para arranjar patrocínios para vinhos e algumas marcas de vinho mais interessante. Por isso, atrasou ligeiramente o evento. E a data de divulgação do mesmo. Depois pensamos que terá de ser agora, visto que estamos quase na época alta. A partir de 15 de Maio até 15 de Setembro, será complicado para fazer este tipo de eventos, por causa da maior presença de campistas aqui.

Quais são os planos do Parque de Campismo do Nordeste até ao final do ano?
No resto do ano, a partir de 15 de Setembro, queremos continuar os eventos. Este é um evento a estudar novamente no fim da época, que estará relacionada com as vidinhas, mas tenho de ver com o Cláudio. Entre outros eventos que pretendo realizar, como uma pequena feira com as lojas daqui da zona. Estes eventos vão sempre sair na minha página na internet. Queremos fazer mais dois ou três eventos, todos eles vão ter gastronomia. Todos os meus eventos vão levar a gastronomia, desde o porco no espeto até aos churrascos.
A partir de 15 de Novembro, vamos fechar o parque, por causa do Inverno e da meteorologia. Depois, vamos abrir em Fevereiro, para os eventos dos dias do Amigos e o dia dos namorados. Vamos abrir, também, agora, as piscinas, a partir de 15 de Maio, e queremos fazer alguns eventos de música ao vivo, no Verão.

Quais foram os pratos mais comuns deste evento de gastronomia?
Tivemos desde o carolo das lapas; a perna de vaca fumada; a sandes de atum fumado; a feijoada à moda das furnas; o polvo com batata-doce; a sopa de peixe; o pão de forno de lenha; entre outros tipos de comida. Na sobremesa, tivemos, por exemplo, o leite-creme. O evento foi um sucesso e todos gostaram da comida. Espero que o evento do passado dia 13 de Abril se repita no próximo ano. Foi uma tarde e noite em cheio.

Contou com o apoio de alguma entidade?
Contámos com o apoio da Repraçores; O Rei dos Queijos; a Bensaude; a Curral Atlantis; entre outros patrocínios. Para o ano, espero ter mais patrocínios, especialmente de vinhos.
Não tivemos apoio financeiro. O Parque de Campismo Veríssimo patrocinou quase tudo. Ainda tivemos apoios de vinhos, de produtores, entre outros. Confesso que chegou aos 2500 euros. Foi um evento com muito dinheiro gasto. Tivemos muita despesa, visto que também gastamos dinheiro com decoração, compramos fatos de palha para as pessoas comerem em cima, em máquinas para transportar os objectivos e ainda a manutenção do parque, como a água e a luz. Não foi mal nenhum, mas espero ter mais patrocínios para melhorar o evento.

Na sua opinião, acredita que a gastronomia açoriana está em crescimento?
Com certeza. Estou cá há sensivelmente 24 anos – sou natural de Santarém –, e nos últimos 15 anos reparei que houve uma grande melhoria na gastronomia açoriana: há mais diversidade, mais imaginação, maior vontade de representar a nossa comida e conseguir isso sem fugir à nossa tradição de comida. Inovar é importante e dar a conhecer os nossos sabores a todos os cantos de Portugal e do mundo. Espero que continue assim no futuro. Gostaria de fazer um evento que liga a agricultura e a gastronomia numa feira, algo que é bastante comum em Santarém. Queria o apoio de todos os produtores da ilha, isto seria bastante importante.
Antigamente, o Parque de Campismo do Nordeste era uma feira, visto que as pessoas vinham para cá vender os seus produtos. Era isso que eu gostaria voltar a chamar. Seria um regresso ao passado e para ter este divertimento, seja trimestral ou semestral.

É natural do Ribatejo, um local conhecido pelo vinho. Na sua opinião, acredita que os vinhos dos Açores estão em crescimento?
Sabemos que São Miguel é uma ilha muito favorável às uvas, no entanto também se faz bons vinhos, por exemplo, no Pico, na Terceira e na Graciosa, onde se faz bons licores. Também tivemos o patrocínio da Mulher do Capote. Lembro-me que há 20 anos quando houve o lançamento da Curral Atlantis não havia muitos vinhos. Hoje em dia, há vários vinhos nos Açores, e são muitos bons.

Quer deixar alguma mensagem?
A nossa página na rede social chama-se “Parque de campismo do Nordeste”, e tem como imagem de capa o nosso barbecue. E ainda poderá encontrar o nosso site em www.parquecampismonordeste.pt.
É importante que os micaelenses se unissem mais à ilha e ajudassem os eventos locais, para desenvolver a cultura. Além de ser importante participarem nestes eventos e consumirem o que cá temos. Não podemos esperar que o turista venha para fazer dinheiro, temos um longo ano pela frente. Sabemos muito bem que a partir de Março ou de Abril há uma maior afluência e a partir de Outubro há menos negócios. É importante a presença de pessoas para melhorarem os eventos locais.

Filipe Torres
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